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Ex-soldado revela detalhes da operação secreta russa para salvar o pai de Bashar Assad

Da mesma forma que Bashar fez ao convencer Putin a intervir no país árabe, seu pai recorreu aos russos depois que os israelenses destruíram em 1982 suas baterias antiaéreas

Por Da Redação
16 jan 2016, 13h31

O Kremlin evitou em 1983 a queda de Hafez Assad, pai do atual ditador da Síria, ao deslocar secretamente tropas e armamentos a Damasco para prevenir uma guerra com Israel. A informação foi revelada nesta semana por um dos participantes da operação. “Nossa presença adiou a guerra e prolongou a paz durante 28 anos. Quando estávamos lá, havia três exércitos do outro lado: Israel, Estados Unidos e Otan. E evitamos a terceira guerra mundial”, afirmou Valeri Anisimov, presidente da união de veteranos russos que atuaram na Síria.

Da mesma forma que Bashar Assad fez ao convencer o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a intervir no país árabe, seu pai recorreu à União Soviética depois que a aviação israelense destruiu em 1982 quase todas as suas baterias antiaéreas. Com sírios e israelenses envolvidos na guerra civil no Líbano, Moscou decidiu embarcar milhares de soldados à paisana no porto de Nikolayev, na atual Ucrânia, rumo à base soviética de Tartus. “Nesse momento foi parar em minhas mãos um jornal local. Havia uma notícia que dizia o seguinte: um grupo de estudantes ganhadores de competições socialistas partem em um cruzeiro pelo Mediterrâneo”, lembrou, aos risos.

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Os recrutas tinham que parecer turistas, por isso receberam roupas à paisana, gravatas, bonés e malas esportivas. Era 7 de janeiro de 1983 quando o cruzeiro partiu sem que Anisimov, que então tinha apenas 19 anos, soubesse que a Síria era seu destino. Para lá se dirigiram também outros cinco navios com armamento pesado, era seu destino. “Só ao chegar em Tartus nos comunicaram que serviríamos na Síria. Nos deram armas e uniformes sírios sem distintivo. Em 15 de janeiro assumimos nossos postos de combate perto de Damasco. Sabíamos que éramos invencíveis. A União Soviética era uma grande potência militar”, afirmou.

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Os sistemas antiaéreos com mísseis S-200 que desembarcaram na Síria “não tinham análogos no mundo”, com um alcance de 250 quilômetros que os transformava em armas de curto e médio alcance “quase infalíveis”. “Cobríamos Turquia, Líbano, Jordânia e Israel até o Mediterrâneo. A partir de então, todos os aviões inimigos, especialmente os israelenses, que violavam constantemente o espaço aéreo sírio, retornaram a suas bases”, ressaltou. Durante um ano e meio de missão, os soviéticos estiveram várias vezes à beira da explosão de um conflito em grande escala, mas Assad pai nunca os autorizou a derrubar aviões israelenses por temor de uma guerra.

“Nossa missão era defender o Estado sírio do inimigo, e isso é o que fizemos. Então, este era o único passo correto, já que nesse momento deveria ter começado a guerra que explodiu atualmente. Nós prevenimos então um conflito e garantimos a paz”, destacou. “Nosso presidente [Putin] disse que reconhecerá como participantes de ações militares os soldados atualmente em ação na Síria. Então nós também devemos ser reconhecidos. Eles devem reconhecer nossos méritos militares”, afirmou.

(Com agência EFE)

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