Ex-ditador vence eleições na Malásia, aos 92 anos
Mahatir Mohammed foi ditador do país por mais de 22 anos, renunciando em 2003
O ex-ditador Mahatir Mohammed, da aliança de oposição Pakatan Harapan (Pacto pela Esperança), venceu as eleições realizadas nesta quarta-feira na Malásia, superando os votos da coalizão Barisan Nasional (Frente Nacional). Mohammed, que tem 92 anos, comandou o país por mais de 22 anos, renunciando em 2003.
De acordo com os resultados divulgados pela Comissão Eleitoral da Malásia, o grupo opositor conquistou 98 das 222 cadeiras, contra as 78 obtidas pela aliança do atual premiê do país, Najib Razak.
O pleito foi considerado como o mais apertado desde que a Malásia declarou independência do Reino Unido, há 60 anos. Os resultados representam uma mudança histórica, pois a Frente Nacional comanda o país ininterruptamente desde a época da independência – apesar de ter trocado de nome algumas vezes, em razão de conflitos internos.
O então partido de Mohamad enquanto ele ainda era primeiro-ministro, Organização Nacional dos Malaios Unidos (UMNO, na sigla em inglês), hoje integra a Frente Nacional.
Apesar da proximidade, o Pacto pela Esperança tem margem de votos suficiente para negociar a formação de um novo governo com outros partidos, sem precisar do apoio dos rivais. Entre os partidos cruciais para a definição do novo Executivo do país estão os islamitas do PAS, que conquistou 17 cadeiras.
Perfil
Mahathir Mohamad é considerado por alguns o pai da modernização da Malásia e, por outros, um megalômano. Ao contrário de Najib, que pertence a uma família da aristocracia local, o ex-ditador tem origem humilde e desistiu da aposentadoria para fundar o Partido dos Indígenas Unidos da Malásia (Pribumi), em 2016; que no ano seguinte se uniu ao Pacto pela Esperança representar a oposição nas eleições.
O acordo entre Mohamad e os demais partidos opositores determina que, em caso de vitória nas urnas, o nonagenário dirigirá o governo até que possa ser substituído por Anwar Ibrahim, líder do Partido Justicialista Popular, que cumpre pena de cinco anos pelo crime de sodomia.
(Com EFE)