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EUA vão rastrear imigrantes que se passam por turistas em Cancún

Dos quase 180.000 imigrantes abordados na fronteira em abril, 34.000 foram listados como 'outras nacionalidades', entre eles brasileiros e venezuelanos

Por Da Redação 10 jun 2021, 17h42

Autoridades fronteiriças dos Estados Unidos foram enviadas ao México para ajudar agentes imigratórios mexicanos a rastrear turistas que chegam a Cancún com intenção de continuar a viagem à fronteira americana de forma ilegal, disseram duas fontes do Departamento de Segurança Nacional à rede CNN, em reportagem publicada nesta quinta-feira, 10.

Os esforços são parte de uma estratégia em várias frentes para conter o fluxo migratório na fronteira EUA-México, após meses consecutivos de aumento no número de detenções. A expansão em Cancún, conhecida por praias e resorts, é parte de um programa já existente dentro da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA para identificar pessoas que possivelmente podem seguir aos EUA com intenção de entrar ilegalmente no país.

Segundo a reportagem, é incerto se haverá presença americana permanente em Cancún. Como parte do programa, autoridades trabalham com o México para identificar pessoas com “alto risco” para imigração ilegal, impedindo que consigam prosseguir.

Mais cedo nesta semana, a vice-presidente americana, Kamala Harris, deu início a uma viagem diplomática de três dias com objetivo de conter o recente aumento de imigrantes. Durante entrevista coletiva junto ao presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, Kamala disse ser importante desencorajar que pessoas desses três países, de onde sai a maioria dos imigrantes que seguem para território dos EUA, façam a jornada à fronteira americana.

“Os Estados Unidos continuarão aplicando nossas leis e protegendo nossas fronteiras”, disse a democrata. “Se vocês vierem para nossa fronteira, serão mandados de volta (…) Não venham, não venham“, enfatizou.

Em maio, autoridade americanas abordaram cerca de 180.000 imigrantes na fronteira do país, o que coloca os EUA em um ritmo para superar os números da crise de 2019, com quatro meses restantes no ano fiscal.

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Cancún é vista como um ponto vital de imigração ilegal à medida que possui um dos maiores aeroportos do México com capacidade significativa de receber voos internacionais.

Por conta da pandemia de Covid-19, a cidade também entrou na rota de muitos brasileiros. Como voos do Brasil aos Estados Unidos estão restritos, muitas pessoas seguem para o México para fazer uma quarentena obrigatória antes de entrar em território americano. Há inclusive um fenômeno de pessoas que fazem a viagem apenas para se vacinar, pagando preços exorbitantes.

Além dos brasileiros, há uma vasta lista de nacionalidades entre os que chegam à fronteira EUA-México, a maioria do próprio México e dos países do Triângulo Norte da América Central Guatemala, El Salvador e Honduras. Dos quase 180.000 imigrantes abordados em abril, 34.000 foram listados como “outras nacionalidades”, entre eles brasileiros e venezuelanos.

Onda de imigração

A região passa por uma forte onda de imigração para os Estados Unidos desde a chegada de Biden à Casa Branca no final de janeiro e as autoridades do país prenderam 100.441 imigrantes sem documentos em fevereiro, em comparação com 78.442 em janeiro. O número de adultos sem documentos apreendidos dobrou entre outubro de 2020 e fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano fiscal anterior.

O mês de abril, por sua vez, foi o segundo maior já registrado para crianças desacompanhadas na fronteira, após recordes em março. Segundo o governo americano, houve um aumento de 3% em abril em relação a março, marcando o nível mais alto desde abril de 2000.

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Quando Biden assumiu o cargo, ele prometeu acabar com a postura linha-dura de seu antecessor, Donald Trump, em relação à imigração. Ele criticou a política de tolerância zero do ex-presidente, que separava famílias de migrantes, e criticou  procedimentos que incluíam manter crianças em “gaiolas”. O novo governo parou de forçar os solicitantes de asilo a esperar pela data do julgamento no México e interrompeu a construção de um muro de fronteira ao longo da fronteira sul do país.

Agora, no entanto, o democrata enfrenta críticas duras sobre o modo como está lidando com uma onda de migrantes com destino aos Estados Unidos, sobretudo após o deputado democrata Henry Cuellar divulgar uma série de fotos de um centro de detenção lotado que abrigava crianças migrantes.

Líderes republicanos dizem que, por uma postura “mais aberta”, Biden é o culpado pela nova onda de migrantes que está aparecendo na fronteira EUA-México, criando uma situação de crise que ameaça a segurança americana.

O governo, por sua vez, argumenta que os EUA ainda estão expulsando os requerentes de asilo de volta ao México sob o Título 42  — uma cláusula da era Trump que citava a pandemia do coronavírus como uma razão para permitir a deportação rápida de migrantes. Eles também negam que haja uma crise.

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