EUA suspendem normas ambientais para indústria automotiva
Órgãos reguladores pedem o abrandamento nos padrões de eficiência de combustível a fim de tornar os carros mais acessíveis financeiramente
As agências americanas de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) e de Segurança Rodoviária (NHTSA) dos Estados Unidos anunciaram hoje (2) a suspensão das normas ambientais obrigatórias impostas pelo governo de Barack Obama à indústria automotiva.
A regulamentação previa aumentos graduais da autonomia dos veículos até alcançar a meta de 100 quilômetros para cada 4,32 litros de gasolina, em 2025.
Os dois órgãos reguladores propuseram, porém, um abrandamento nos padrões de eficiência de combustível, a fim de tornar os carros mais acessíveis financeiramente. A iniciativa poderá intensificar o confronto já existente entre o governo de Trump e ambientalistas. A mudança congelaria os padrões de eficiência nos níveis de 2020 até 2026.
Dezenove estados e Washington DC imediatamente divulgaram um comunicado conjunto prometendo medidas legais contra a decisão do governo de Donald Trump, argumentando que os Estados Unidos têm a obrigação de proteger o meio ambiente para as gerações futuras.
O governo de Trump disse que também pretende revogar a autoridade dos estados para estabelecer seus próprios padrões de milhagem, que se sobreporiam aos federais. A Califórnia, um dos estados mais engajados com questões ambientais, já havia estabelecido regras ainda mais rígidas do que as propostas durante a administração de Obama e foi apoiada por outros estados, que adotaram as mesmas medidas.
Uma pesquisa de opinião pública deve ser realizada nos próximos meses sobre a nova proposta da EPA, segundo o jornal The Independent. O processo pode sofrer atrasos caso representantes dos estados contrários à mudança decidam entrar na justiça.