EUA: renúncia de Annan é culpa de China e Rússia
Governo americano diz que a falta de apoio dos dois países levou à renúncia
O governo dos Estados Unidos culpou nesta quinta-feira a China e a Rússia pela renúncia de Kofi Annan como mediador na Síria. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, a recusa dos dois países em apoiar uma condenação ao governo do ditador Bashar Assad no Conselho de Segurança da ONU levou a essa situação. China e Rússia bloquearam, em três ocasiões diferentes, resoluções de condenação ao regime de Assad apresentadas no Conselho e apoiadas pelos EUA e outros países ocidentais.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem forte repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU afirma que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que está “muito agradecido” pelos esforços de Annan “para alcançar a paz na Síria” e para tentar estabelecer uma transição política.
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Em comunicado, o chanceler francês, Laurent Fabius, considerou que a saída de Annan ilustra o “dramático beco sem saída” no qual se encontra a Síria. Ele acrescentou que o “cessar-fogo, a saída de Bashar Assad do poder e uma transição política que respeite todas as comunidades sírias são mais necessários do que nunca”.
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, elogiou os “grandes esforços de Annan durante a difícil missão como enviado especial”. Ele afirmou que a mediação não deu frutos por causa da “falta de flexibilidade do governo sírio” e pelo “fracasso do Conselho de Segurança da ONU em enfrentar suas responsabilidades”.
Embora o ex-secretário-geral da ONU e prêmio Nobel da Paz tenha conseguido que ambos os lados aceitassem um plano de paz de seis pontos, o acordo nunca foi aplicado. Segundo o porta-voz americano, apesar da “promessa” de cumprir o plano de paz traçado por Annan, Assad “continua assassinando brutalmente seu próprio povo”.
Annan anunciou nesta quinta-feira em entrevista coletiva em Genebra que deixará o cargo de enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria no dia 31 de agosto porque, na sua opinião, no momento não há uma saída política para a crise.
Ajuda – Obama autorizou hoje o desembolso de mais 12 milhões de dólares em ajuda humanitária à Síria. Desde o início do conflito, em março de 2011, os Estados Unidos já disponibilizaram 76 milhões de dólares em assistência para o povo sírio.
(Com agência EFE)