EUA prometem reforçar o fornecimento de combustível da Europa
Rússia ameaça cortar o carregamento de gás para Europa por causa da crise com Ucrânia e países membros da Otan
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (25) que está trabalhando com fornecedores de gás e petróleo bruto para aumentar o fornecimento para a Europa nas próximas semanas. Acredita-se países do Oriente Médio, Norte da África e Ásia estão envolvidos nas negociações, mas ainda não foi confirmado.
A decisão foi uma tentativa de diminuir a ameaça da Rússia de cortar parte do carregamento de combustível no país, por causa dos conflitos da Ucrânia.
“Esperamos estar preparados para garantir suprimentos alternativos cobrindo uma maioria significativa do déficit potencial”, disse um alto funcionário do governo americano.
“Se a Rússia decidir armar seu fornecimento de gás natural ou petróleo bruto, não seria sem consequências para a economia russa. Lembre-se, esta é uma economia unidimensional, e isso significa que precisa de receitas de petróleo e gás pelo menos tanto quanto a Europa precisa de seu fornecimento de energia”, acrescentou.
Algumas autoridades europeias suspeitam que Vladimir Putin instigou a atual crise com o país vizinho, e consequentemente com a Otan, no inverno, porque a Rússia tem grande influência na venda de combustível para a Europa. Assim, caso ameaçasse desativar as vendas conseguiria os resultados desejados.
A Rússia fornece cerca de um terço do gás e petróleo bruto importados pela União Europeia. No ano passado, forneceu cerca de 128 bilhões de metros cúbicos de gás para a Europa. Mais de 30% deste combustível passa por por um gasoduto que atravessa a Ucrânia.
Moscou reduziu esse fluxo nos últimos meses, e seu esforço para abrir o oleoduto Nord Stream 2, conectando a Sibéria à Alemanha, encaminharia combustível pela Ucrânia e aumentaria a dependência europeia do suprimento russo.
Até o momento, os líderes europeus têm sido cautelosos com a imposição de sanções à Rússia, sobretudo a Alemanha, que aumentou sua dependência das importações de gás natural russo para gerar eletricidade.
O presidente Biden se reuniu com vários líderes europeus por 80 minutos na segunda-feira, tentando manter a aliança unida, uma vez que alerta Putin sobre “consequências maciças” se ele invadir.