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EUA: Ocupe Wall Street e Tea Party buscam influenciar eleições

Por Por Mariano Andrade
3 nov 2011, 18h59

Os movimentos populares de direita Tea Party e o recentemente surgido, de esquerda, Ocupe Wall Street, buscam mudar as regras da tradicional batalha eleitoral nos Estados Unidos entre democratas e republicanos para 2012, apesar de sua verdadeira influência ainda ter de ser testada.

Os dois movimentos nasceram como um protesto contra as elites, governamental no caso do Tea Party – que começou a ter visibilidade a partir do início de 2009 – e mais corporativa e financeira pelo lado do Ocupe Wall Street, nascido em Nova York em 17 de setembro.

Mas enquanto o Tea Party acomodou-se como a ala de ultra-direita do Partido Republicano, o Ocupe Wall Street renega qualquer proximidade política até o momento, e pretende evitar ser absorvido pelos democratas, mais próximos de suas ideias, mas os quais também atacam com virulência por terem cedido a Wall Street.

O Tea Party tem inclusive uma candidata para as primárias republicanas, a legisladora Michele Bachman (Minnesota, norte), e uma política muito instalada na opinião pública, Sarah Palin, a ex-governadora do Alasca (noroeste).

“Como o Ocupe Wall Street começou agora, resta saber se ficará mais sólido em seus objetivos dentro da tradição da esquerda, assim como o Tea Party basicamente se tornou em um apoio para um conjunto de ideias conservadoras”, afirma à AFP Zephyr Teachout, professora de Direito da Universidade Fordham e especialista em participação cidadã.

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Teachout explica que se os dois movimentos tiveram “o mesmo impulso inicial” de “um pedido de ajuda e de uma promessa de poder, que foi seguida por uma experiência de impotência”, o Tea Party evoluiu posteriormente para ideias anti-imigração e de corte de impostos dentro dos republicanos.

No entanto, “há uma profunda resistência aos partidos políticos em Ocupe Wall Street”, afirma essa especialista, que espera ver o que acontecerá “quando os políticos tentarem se envolver diretamente e utilizarem o nome” de Ocupe Wall Street.

O especialista Scott Stanzel, vinculado ao Tea Party, concorda que “os dois grupos dividem frustrações com a atual situação do país”, apesar de a partir disso “divergirem diametralmente”, já que “um acredita que o governo é a solução para os problemas e o outro acredita que o governo é o problema”.

Para Stanzel, os partidários do Tea Party encontram-se em uma posição melhor para ampliar suas bases “porque confiam na liberdade e são diferentes dos manifestantes de Ocupe Wall Street, que pensam que há muitos riscos nas liberdades” americanas.

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“Acredito que o Tea Party tem mais potencial e um horizonte mais amplo, enquanto os manifestantes do Ocupe Wall Street atraem as pessoas de extrema esquerda que têm influência em cercas regiões (como Seattle e São Francisco), mas que não vejo que possam fazer diferença nas eleições em todo o país”, disse à AFP.

Dentro do Ocupe Wall Street, mantém-se no momento a intenção de “continuar sendo uma força externa para poder manifestar suas opiniões”, como lembra Bill Dobbs, um membro do grupo de trabalho de Relações Públicas do movimento que diz representar 99% da população americana.

“Ao ser uma força externa, é preciso manter a pressão. Apoiar candidatos e partidos apenas reduzirá a pressão”, disse Dobbs, afirmando que para muita gente “o sistema inteiro está quebrado de forma irremediável já que tudo o que faz é reeleger políticos para que os ricos continuem ficando mais ricos”.

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