Os Estados Unidos concluíram nesta quinta-feira, 16, a instalação de um porto flutuante temporário para a entrega de ajuda humanitária em uma praia em Gaza. Segundo as autoridades, alimentos e outros suprimentos devem começar a ser entregues em um ou dois dias.
O Comando Central dos militares dos EUA afirmou que Organização das Nações Unidas (ONU) ficará responsável por conduzir a distribuição dos insumos no local, mas não especificou qual de suas muitas agências.
A instalação do cais foi solicitada pelo presidente americano, Joe Biden, há dois meses, mas precisou ser adiada por quase duas semanas devido às condições meteorológicas adversas na região. A estrutura para a construção foi transportada pelos militares dos EUA do Porto de Ashdod, em Israel, até Gaza.
As autoridades americanas demonstraram preocupação em relação a uma possível invasão da instalação por palestinos famintos em busca de suprimentos e afirmaram que a segurança do local será “monitorada de perto”, ressaltando que a rota marítima poderia ser fechada se necessário, “mesmo que apenas temporariamente”. No entanto, os militares dos EUA afirmaram que não entrarão em Gaza devido ao perigo de operar dentro de uma zona de guerra.
Situação humanitária crítica
Grande parte da população de Gaza enfrenta fome iminente com a prolongação da guerra entre Israel e o Hamas. De acordo com ONGs e caridades, a situação humanitária em Gaza se tornou crítica devido às restrições israelenses à chegada de ajuda no território palestino.
Com o avanço das tropas israelenses na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, a rota que liga o território palestino ao Egito, essencial para a entrada de ajuda humanitária, foi fechada há mais de uma semana. A ONU afirmou nesta quarta-feira, 15, que apenas dois caminhões de combustível e 27 de alimentos conseguiram entrar em Gaza, sendo que seriam necessários pelo menos 500 caminhões diários para suprir as necessidades básicas da população.
Os militares israelenses alegam que trabalharam “para permitir e facilitar a entrada e a entrega de extensa ajuda humanitária à Faixa de Gaza, fora seu compromisso com o direito humanitário internacional” durante os sete meses de guerra.
Israel ordenou que os civis deixassem Rafah em meio a uma ofensiva intensa na região e cerca de 500 mil pessoas já fugiram da cidade na semana passada. A cidade abrigava quase 1,4 milhões de palestinos, em sua maioria refugiados que precisaram abandonar suas casas em outros pontos do enclave para escapar de bombardeios israelenses.