A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, liderada pelos republicanos, adotou na segunda-feira 9 um pacote de regras internas que dá aos radicais de direita mais influência sobre o recém-eleito presidente republicano da Câmara, Kevin McCarthy.
A legislação ganhou 220 a favor e 213 contra, sendo que apenas um republicano foi contra o texto. Todos os 212 deputados democratas rejeitaram o pacote de regras, dizendo que estava cheio de concessões à ala de direita do Partido Republicano.
O pacote de regras, que governará as operações da Câmara nos próximos dois anos, representou um teste inicial da capacidade de McCarthy de manter seu partido unido, depois ser humilhado ao perder 14 votações para presidente da casa na semana passada, devido ao bloqueio de 20 republicanos linha-dura, antes de finalmente ser eleito no sábado.
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A lei inclui concessões importantes a esse grupo linha-dura, com as quais McCarthy concordou em sua busca pelo martelo do presidente. Uma das mudanças permite que um único deputado tenha poder para forçar sua renúncia a qualquer momento, já enfraquecendo a posição de McCarthy.
Novas regras colocariam restrições inéditas aos gastos federais, potencialmente limitando a capacidade de McCarthy de negociar pacotes de financiamento do governo com o presidente Joe Biden, cujos colegas democratas controlam o Senado.
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Os democratas criticaram o pacote, dizendo favorecer os “extremistas do Maga” (movimento do ex-presidente Donald Trump, cujo bordão era “Make America Great Again”), bem como as corporações ricas, em detrimento de trabalhadores. O partido de Biden também disse que a lei vai minar os padrões de ética do Congresso e restringir ainda mais o acesso ao aborto.
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“Essas regras não são uma tentativa séria de governar. Eles são essencialmente um sequestro da extrema direita para os Estados Unidos”, disse o deputado democrata Jim McGovern.
Isso não significa que a vida ficará mais fácil para McCarthy. Como a maioria dos republicanos na Câmara é estreita, de apenas 218, isso significa que ele precisa de praticamente todo o apoio de seu partido para aprovar leis como essa, já que a maioria dos votos tendem a seguir linhas partidárias. Assim, durante este mandato, os 20 republicanos linha-dura terão muito poder nas mãos.