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EUA e UE consideram ilegal votação na Crimeia

Parlamento regional votou por uma integração com a Rússia e convocou referendo para validar decisão, considerada inconstitucional pelo governo americano e por representantes da União Europeia. Interpol recebe pedido de alerta de prisão para Yanukovich

Por Da Redação
6 mar 2014, 17h54

Depois de o Parlamento da Crimeia votar pela integração à Rússia, marcar um referendo para validar a decisão e ameaçar nacionalizar indústrias estatais ucranianas, o presidente Barack Obama condenou as movimentações, afirmando que o referendo “violaria a constituição ucraniana e a lei internacional”. “Qualquer discussão sobre o futuro da Ucrânia deve incluir o governo legítimo do país”.

As declarações de Obama foram feitas depois de os Estados Unidos anunciarem um novo pacote de sanções contra a Rússia, que inclui a proibição de emissão de vistos não apenas a altos funcionários russos, mas também a ucranianos que tenham “colaborado com a violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia”.

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Além do referendo, a Crimeia também anunciou a formação de novos ministérios de Energia, Informação, Interior e Pensões, separados do governo central em Kiev. O governo interino do país condenou as decisões, que considerou inconstitucionais e ilegais. As decisões do Parlamento regional ressaltam os grandes desafios que serão enfrentados pelo governo interino pró-Ocidente que assumiu em Kiev, depois da destituição de Viktor Yanukovich. Um dos integrantes do legislativo da península, Sergei Shuvainikov afirmou que as medidas são uma resposta “à desordem e à ilegalidade em Kiev”. “Nós mesmos vamos decidir nosso futuro”, afirmou, segundo o Washington Post.

Países da União Europeia seguiram a linha e também condenaram o referendo, considerando-o ilegal. Representantes do bloco, reunidos em Bruxelas, anunciaram a suspensão de negociações de um pacto econômico e de um acordo de liberação de vistos com a Rússia como forma de punir Moscou por sua presença militar na Crimeia. E ameaçaram com a imposição de mais sanções – congelamento de ativos e sanções financeiras e comerciais – caso a Rússia não recue e abra caminho para a busca de uma solução diplomática para a crise.

Antes do encontro, alguns membros da UE, liderados pela Alemanha, haviam indicado preferir uma mediação com o Kremlin à imposição de medidas mais duras. A votação na Crimeia, no entanto, mudou o rumo das conversas na Bélgica. No entanto, chegar a um acordo sobre medidas punitivas mais severas não deverá ser fácil. Apesar de alguns estados, especialmente os mais próximos da Rússia, apoiarem uma movimentação neste sentido, muitos estados membros querem a todo custo evitar um conflito econômico prolongado com a Rússia, ressaltou a rede britânica BBC.

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A Crimeia, república autônoma no sul da Ucrânia, tem a maioria de sua população formada por habitantes de origem russa. A região transformou-se no centro das tensões no país depois da queda do presidente pró-Moscou. Forças russas e milícias favoráveis a Putin ocupam o poder de fato na região.

Para o primeiro-ministro britânico David Cameron, a situação continua “altamente precária” e “qualquer erro de cálculo pode levar à perda de controle”. Ele fez um paralelo com a II Guerra Mundial ao dizer que “fechar os olhos quando nações são esmagadas e sua independência é desconsiderada… isso leva a problemas muito maiores a longo prazo”.

A ex-premiê Yulia Tymoshenko, rival de Yanukovich, fez um apelo nesta quinta para que a Ucrânia se integre mais à Europa. “Estamos construindo uma nação europeia – estamos fazendo isso e ninguém pode nos parar. Devemos isso aos que morreram e aos que estão vivos”, disse.

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Interpol – A Interpol, a agência internacional de cooperação policial, informou nesta quinta-feira que recebeu um pedido do governo interino da Ucrânia para emitir um chamado “alerta vermelho” para a prisão do ex-presidente Viktor Yanukovich, que foi destituído do cargo há cerca de dez dias.

“Foi recebido um pedido feito pelas autoridades ucranianas para um alerta vermelho da Interpol, ou alerta internacional para pessoas procuradas, para a prisão de Viktor Yanukovich sob as acusações de abuso de poder e assassinato”, disse a agência, com sede em Lyon, na França, em comunicado.

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Yanukovich atualmente é considerado foragido pelo governo interino da Ucrânia, que o responsabiliza pela matança de manifestantes durante a repressão aos protestos que estouraram no país em novembro. No momento, ele está refugiado na Rússia, que o acolheu e ainda o reconhece como o legítimo chefe de Estado da Ucrânia.

Segundo a Interpol, o pedido ainda está sendo analisado pelo seu departamento jurídico, que vai decidir se o alerta está de acordo com as regras da organização. Só a partir de um parecer favorável um documento informaria aos 190 países membros da organização que um mandado de prisão contra Yanukovich foi emitido – o que não é o mesmo que emitir um mandado de captura internacional.

(Com Estadão Conteúdo e agências Reuters, EFE e France-Presse)

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