EUA devem deixar a Europa liderar diplomacia na crise da Ucrânia
Os EUA devem recuar, a UE deve avançar e a comunidade internacional deve garantir que a Rússia pague um alto preço por suas ações na Crimeia
Por Da Redação
26 mar 2014, 21h42
Opinião: EUA devem sair de cena e deixar a União Europeia lidar com a crise na Ucrânia (Laurent Dubrule/Reuters/VEJA)
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Como a anexação da Crimeia pela Rússia prossegue, os Estados Unidos devem recuar, a União Europeia deve avançar e a comunidade internacional deve garantir que a Rússia pague um alto preço político e econômico por as suas ações, e que os nacionalistas russos e ucranianos não joguem os dois lados em uma espiral mortal de violência.
Até agora, os líderes ocidentais jogaram suas fichas o melhor que puderam, à exceção dos primeiros passos em falso dados pela chanceler alemã Angela Merkel, que descreveu uma afirmação calculada dos interesses regionais da Rússia como o comportamento de um líder que estava fora da realidade. A escalada da crise pelos EUA nesta fase apenas favoreceria o presidente russo, Vladimir Putin, e exporia o ocidente como um tigre de papel.
Para saber o porquê, é útil recordar uma parte da história. Ao longo do século XX, os EUA intervieram várias vezes para derrubar ou subverter governos latino-americanos de que não gostavam: em Cuba, Nicarágua, República Dominicana, Panamá, Guatemala, Haiti, El Salvador, Chile e Granada, para citar apenas os casos mais importantes. Durante a guerra fria, sucessivos presidentes dos EUA sentiam-se bastante confortáveis em enviar tropas, direta ou indiretamente, para garantir que os governos amigos prevalecessem nas Américas (e além). Agora, lembre-se das respostas do ocidente às incursões soviéticas e russas em países estrategicamente importantes: Hungria em 1956, a Tchecoslováquia em 1968 ou Geórgia em 2008. Em cada uma delas, os EUA recusaram-se a se envolver militarmente com o Estado que possuía o maior número de armas nucleares no mundo.
1/56 Soldados supostamente russos, se protegem atrás de um blindado, enquanto tentam invadir a base aérea de Belbek, na Crimeia (Shamil Zhumatov/Reuters/VEJA)
2/56 Veículo militar supostamente russo, é visto em frente a entrada da base aérea de Belbek, na Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
3/56 Fogos de artifício explodem sobre a praça central de Simferopol, na Crimeia, enquanto moradores celebram a primeira sexta-feira como parte da Rússia (Reuters/VEJA)
4/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
5/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
6/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Rruters/VEJA)
7/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
8/56 Soldado russo patrulha torre na Crimeia, nesta quianta-feira (20) (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
9/56 Soldados russos patrulham área circundante da unidade militar ucraniana em Perevalnoye, na região de Simferopol, Crimeia, nesta quinta-feira (20) (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
10/56 Soldados russos patrulham área circundante da unidade militar ucraniana em Perevalnoye, na região de Simferopol, Crimeia, nesta quinta-feira (20) (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
11/56 Após incorporação da Crimeia à Rússia, letreiro do Parlamento local é trocado por Conselho do Estado da República da Crimeia em Simferopol (VEJA.com/VEJA)
12/56 Homens tiram o letreiro que dá nome ao Parlamento da Crimeia (Reprodução/Twitter/VEJA)
13/56 Mulher passa por soldados russos na sede da Marinha em Simferopol. O Tribunal Constitucional da Rússia decidiu por unanimidade que o presidente Vladimir Putin agiu legalmente ao incorporar a região da Crimeia à Rússia (AFP/VEJA)
14/56 Soldados russos nas ruas de Simferopol, na Ucrânia (Alisa Borovikova/AFP/VEJA)
15/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
16/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Hannibal Hannschke/EFE/VEJA)
17/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Dimitar Dolkoff/AFP/VEJA)
18/56 População comemora o resultado do referendo na Praça Lênin, em Simferopol, capital da Crimeia (Dimitar Dilkoff/AFP/VEJA)
19/56 Oficiais começam a contagem dos votos do referendo da Crimeia, em Simferopol (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
20/56 Mulher deposita seu voto em uma urna do referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
21/56 Homem deixa a cabine de votação após escolher se a Crimeia deve ou não se separar da Ucrânia, na Crimeia (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
22/56 Mulher deposita seu voto em uma urna do referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
23/56 Criança segura o voto do referendo que decidirá se a Crimeia deve ou não se separar da Ucrânia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
24/56 Urnas são vistas com votos sobre o referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
25/56 População da Crimeia vota em referendo na região de Bakhchysarai (DIMITAR DILKOFF / AFP/VEJA)
26/56 Em Sevastopol, funcinários arrumam local de votação para o referendo do dia 16/03/2014 (AFP/VEJA)
27/56 Em Simferopol, ucranianos passam por placa do referendo que acontece em 16/03/2014 (AFP/VEJA)
28/56 Bandeiras russas na Praça Vladmir Lenin, fundador da União Soviética, na cidade ucraniana de Simferopol (AFP/VEJA)
29/56 Manifestação pró-Rússia nas ruas da cidade ucraniana de Simferopol (AFP/VEJA)
30/56 Manifestante pró-Ucrânia segura um retrato do presidente russo Vladimir Putin com referência a Adolf Hitler, durante um comício na cidade Simferopol na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
31/56 Manifestante pró-Ucrânia com a bandeira do país, durante um comício na cidade Simferopol contra a intervenção russa na Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
32/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício na cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
33/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício no centro da cidade ucraniana de Donetsk (Konstantin Chernichkin/Reuters/VEJA)
34/56 Manifestantes pró-Ucrânia participam de um comício em Simferopol contra a intervenção russa na Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
35/56 Homens armados, supostamente militares russos, marcham fora de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye perto da cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
36/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício na cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
37/56 Militares russos montam guarda a bordo um navio da Marinha em Sebastopol, na Crimeia (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
38/56 Homens armados, supostamente militares russos, marcham fora de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye perto da cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Thomas Peter/Reuters/VEJA)
39/56 Tropas da Rússia desembarcam na base aérea de Belbek, na Crimeia (Sean Gallup/Getty Images/VEJA)
40/56 Militares ucranianos deixam aeroporto de Belbek, na região da Crimeia (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
41/56 Soldados ucranianos jogam futebol próximo a veículos militares russos, na Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
42/56 Soldados ucranianos descansam perto da entrada da base aérea de Belbek na periferia de Sebastopol, na Crimeia (Viktor Drachev/EFE/VEJA)
43/56 Pilotos da força aérea ucraniana sentados em sacos de areia na base aérea militar em Belbek, perto de Sebastopol, que está cercada por forças russas (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
44/56 Soldados ucranianos montam guarda em base militar da Crimeia, na Ucrânia (Darko Vojinovic/AP/VEJA)
45/56 Pilotos da força aérea ucraniana montam guarda na base aérea militar em Belbek, perto de Sebastopol, que está cercada por forças russas (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
46/56 Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acompanhado do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a caminho do local de realização de exercícios militares em Kirillovsky, na região de Leningrado (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters/VEJA)
47/56 Militares russos montam guarda no Aeroporto Internacional de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
48/56 Militares e ativistas pró-Rússia foram vistos no aeroporto de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
49/56 Militares russos montam guarda no Aeroporto Internacional da cidade de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
50/56 Integrantes da marinha ucraniana observam um navio russo posicionado na baía de Sebastopol, na região da Crimeia (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
51/56 Homens armados patrulham ao redor do edifício do parlamento regional, na cidade de Simferopol, região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
52/56 Soldado das forças armadas russas aguarda na fronteira da Ucrânia para entrar na cidade de Crimeia, em 01/03/2014 (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
53/56 Homem segura uma bandeira militar da era soviética durante um comício pró-Rússia em Simferopol, na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
54/56 Homem segura a bandeira da Rússia durante um protesto em Crimeia, na Ucrânia em 01/03/2014 (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
55/56 Homens armados patrulham o aeroporto de Simferopol, na república autônoma da Crimeia, sul da Ucrânia, nesta sexta-feira (28) (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
56/56 Manifestantes estendem bandeira gigante da Rússia na Crimeia, ao sul da Ucrânia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
Narrar esta história não é aprová-la, mas sim tentar compreender como os russos podem interpretar a legitimidade das ações de Putin. Há também a dinâmica política universal pela qual uma ameaça estrangeira ou crise pode fortalecer um líder internamente. Putin está batendo seu recorde de popularidade com sua aventura na Crimeia, como atingiu um alto índice a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher com a guerra das Malvinas, em 1982. Até mesmo os intelectuais de esquerda estão se alinhando para apoiar Putin a proteger os cidadãos de etnia russa do que o Kremlin e sua imprensa aliada apresentam como nacionalismo ucraniano “fascista”.
Com este pano de fundo, o secretário de Estado americano, John Kerry, quer deixar claro que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não está contemplando qualquer tipo de envolvimento militar. Ele faria ainda melhor se entregasse a responsabilidade de principal negociador e porta-voz da crise para um grupo da União Europeia liderado pela chefe da diplomacia, Catherine Ashton, Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.
A UE como um todo tem laços econômicos muito mais extensos e, consequentemente, mais influência junto ao governo russo do que os EUA. O bloco é o maior parceiro comercial da Rússia – os EUA estão em quinto lugar, atrás de China e Ucrânia. Quase a metade dos investimentos diretos estrangeiros da Rússia em 2012 foi para Holanda, Chipre e Suíça (que não é membro da UE, mas está sujeita à pressão do grupo), enquanto cerca de 75% do investimento direto estrangeiro na Rússia, calcula-se, vêm de países da UE. Enfim, as oligarquias russas possuem mais propriedades em Londres e no sul da França do que em Nova York ou Miami.
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Mapa da Crimeia (VEJA)
Além disso, a pressão da EU sobre a Rússia envolve menor risco de fazer aflorar um sentimento nacionalista entre os russos do que a “interferência” dos EUA na região. Pra começar, a Ucrânia também está na região da UE. Mais importante, a UE não relembra diariamente os russos de suas perdas pós-URSS e de sua humilhação global da como fazem os EUA. Os EUA têm hoje, na política, muitos menos especialistas em Rússia do que há duas décadas, porque a maioria dos os legisladores americanos que trata de política externa tem prestado muito mais atenção à China, Índia e Oriente Médio. Nenhum país, muito menos uma antiga superpotência, gosta de ser ignorado.
Finalmente, se os EUA recuarem, a União Europeia, as Nações Unidas e até a China podem fazer os russos se lembrarem das consequências políticas da flagrante violação do direito internacional e incorporação de territórios empobrecidos e em convulsão, que serão muito mais difíceis de digerir do que resultados de um referendo de resultado fixo sugeririam.
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Os tártaros muçulmanos – aproximadamente 15% da população da Crimeia – se opõem fortemente à anexação pela Rússia e podem se tornar um problema, juntamente aos 25% de habitantes da península que falam ucraniano que foram silenciados nos últimos dias.
1/110 Ucranianos prestam homenagem aos mortos nos confrontos que acabaram por derrubar o presidente Viktor Yanukovych (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
2/110 Manifestantes de diferentes países erguem bandeiras e se juntam aos ucranianos na Praça da Independência em Kiev, na Ucrânia (Sergey Dolzhenko/EFE/VEJA)
3/110 Ucranianos deixam flores em barricadas em memória dos mortos em confrontos (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
4/110 Manifestante que foi ferido em confronto com a polícia durante os protestos, visita a Praça da Independência em Kiev, na Ucrânia (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
5/110 Manifestantes anti-governo aguardam em frente ao prédio do Parlamento em Kiev, na Ucrânia (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
6/110 Pessoas visitam e lamentam diante dos destroços na Praça da Independência em Kiev, na Ucrânia (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
7/110 Pessoas recolhem madeiras na Praça da Independência em Kiev, na Ucrânia (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
8/110 Mulher chora diante de uma barricada na Praça da Independência em Kiev, nesta terça-feira (25) (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
9/110 Velas são acesas em memória dos mortos em confrontos na Praça da Independência, em Kiev, nesta terça-feira (25) (Marian Striltsiv/Reuters/VEJA)
10/110 Ucranianos deixam flores em barricadas em memória dos mortos em confrontos na Praça da Independência, em Kiev, nesta terça-feira (25) (Louisa Gouliamaki/AFP/VEJA)
11/110 Ajoelhados, policiais da tropa de choque se desculpam por terem atuado na repressão aos protestos na Ucrânia (Roman Baluk / Reuters/VEJA)
12/110 Cartaz de Procurado com a foto do presidente deposto da Ucrânia, Victor Yanukovich, colocado na janela de um carro usado como parte de uma barricada perto da Praça da Independência, em Kiev, nesta segunda-feira (24) (Yannis Behrakis/Reuters/VEJA)
13/110 Ucranianos deixam flores em barricadas em memória dos mortos em confrontos (Yannis Behrakis/Reuters/VEJA)
14/110 Mulher coloca flores diante de uma barricada na Praça da Independência em Kiev, nesta segunda-feira (24), homenageando os mortos nos confrontos que acabaram por derrubar o presidente ucraniano (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
15/110 Manifestante anti-governo durante um comício em Kiev (Reuters/VEJA)
16/110 Mulher chora diante de dois corpos na na Praça da Independência, em Kiev (Reuters/VEJA)
17/110 Homem ferido é socorrido em Kiev, na Ucrânia (Reuters/VEJA)
18/110 Em um hotel de Kiev, padre fala ao telefone perto de corpos de manifestantes mortos durante confrontos com a polícia (Reuters/VEJA)
19/110 Em Kiev, catedral serve como abrigo temporário e posto de primeiros socorros para os manifestantes contra o governo da Ucrânia (Reuters/VEJA)
20/110 Focos de incêndio na Praça da Independência durante protestos contra o governo no centro de Kiev (Reuters/VEJA)
21/110 Manifestante pega fogo durante confrontos com a polícia, em Kiev, nesta quinta-feira (20) (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
22/110 Manifestantes entram em confronto com policiais no centro de Kiev, na Ucrânia, na manhã desta quinta-feira (20) (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
23/110 Manifestantes entram em confronto com policiais no centro de Kiev, na Ucrânia, na manhã desta quinta-feira (20) (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
24/110 Manifestantes antigovernistas socorrem um companheiro ferido durante confrontos com a polícia na praça da Independência, em Kiev (Ucrânia) (Louisa Gouliamaki/AFP/VEJA)
25/110 Manifestante anti-governo segura um crucifixo enquanto faz orações na Praça da Independência, em Kiev, na Ucrânia (Marko Drobnjakovic/AP/VEJA)
26/110 Polícia entra em confronto com um grupo de manifestantes anti-governo nesta quarta-feira (19), na Praça da Independência, no centro de Kiev (Alexey Furman/EFE/VEJA)
27/110 Grupo de manifestantes anti-governo permanece atrás de uma barricada durante confrontos contra a polícia nesta quarta-feira (19), na Praça da Independência, no centro de Kiev (Alexey Furman/EFE/VEJA)
28/110 Manifestantes feridos durante os confrontos com a polícia na Praça da Independência em Kiev, foram levados para uma catedral onde um hospital foi improvisado (Anatoli Boiko/AFP/VEJA)
29/110 Manifestante anti-governo com a bandeira ucraniana caminha próximo a uma barricada durante confrontos com a polícia na praça da Independência em Kiev (Sandro Maddalena/AFP/VEJA)
30/110 Homem se prepara para atirar uma bomba durante confronto com policiais no centro de Kiev, na Ucrânia, na manhã desta quarta-feira (19) (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
31/110 Manifestantes entram em confronto com policiais no centro de Kiev, na Ucrânia, na manhã desta quarta-feira (19). O número de mortos chega a 25 em Kiev no dia mais violento desde que os protestos contra o presidente Viktor Yanukovich começaram (AFP/VEJA)
32/110 Fogos de artifício explodem perto de um grupo de manifestantes anti-governo durante confrontos com a polícia na Praça da Independência em Kiev (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
33/110 Um manifestante corre em chamas durante confronto com a polícia em Kiev, nesta terça-feira (18) (Efrem Lukatsky/Reuters/VEJA)
34/110 Acampamento de manifestantes pega fogo na Praça da Indepêndencia em Kiev, na madrugada desta quarta-feira (19) (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
35/110 Manifestantes entram em confronto com policiais no centro de Kiev, na Ucrânia, na manhã desta quarta-feira (19) (AFP/VEJA)
36/110 Manifestantes entram em confronto com policiais no centro de Kiev, na Ucrânia, na manhã desta quarta-feira (19). O número de mortos chega a 25 em Kiev no dia mais violento desde que os protestos contra o presidente Viktor Yanukovich começaram (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
37/110 Manifestantes se aquecem na manhã deste domingo (26) enquanto guardam barricada de protesto, na praça da Independência, em Kiev (Ucrânia) (Aris Messinis/AFP/VEJA)
38/110 Manifestantes anti-governo entraram em conflito com a polícia durante a invasão de um prédio do governo, na cidade ucraniana de Lviv (Yuriy Dyachyshyn/AFP/VEJA)
39/110 Um rojão explode durante confronto entre manifestantes e a polícia, em protesto contra o governo em Kiev, na Ucrânia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
40/110 Manifestantes apontam suas armas para a polícia, durante protesto contra o governo em Kiev, na Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
41/110 Manifestante usa uma máscara de gás durante protesto contra o governo em Kiev, na Ucrânia (Reuters/VEJA)
42/110 Manifestantes protestam contra o governo em Kiev, na Ucrânia (Andrew Kravchenko/AFP/VEJA)
43/110 Manifestantes pró-Europa se protegem de jato dàgua lançado pela policia, em Kiev (Reuters/VEJA)
44/110 Em Kiev, manifestante pró-Europa lança pneu em barricada (Reuters/VEJA)
45/110 Manifestantes pró-Europa se protegem de jato dàgua lançado pela policia, em Kiev (Reuters/VEJA)
46/110 Barricada de fogo construída por manifestantes em protestos na Ucrânia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
47/110 Sacerdotes de diferentes religiões rezam durante confrontos com a polícia no centro de Kiev, Ucrânia (AP/VEJA)
48/110 Manifestantes e policiais entram em confronto nesta quarta-feira (22) em Kiev (Ucrânia) (AFP/VEJA)
49/110 Manifestante lança coquetel molotov em confronto com a polícia durante protesto contra o governo em Kiev, na Ucrânia (Alexey Furman/EFE/VEJA)
50/110 Manifestantes e policiais entram em confronto nesta quarta-feira (22) em Kiev (Ucrânia) (Efrem Lukatsky/AP/VEJA)
51/110 Manifestante pega fogo durante confrontos com a polícia, nesta quarta-feira (22) em Kiev (Ucrânia) (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
52/110 Pelo menos dois manifestantes morreram baleados nesta quarta-feira (22) no centro de Kiev, na Ucrânia (AFP/VEJA)
53/110 Manifestantes e policiais entram em confronto nesta quarta-feira (22) em Kiev (Ucrânia) (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
54/110 Manifestantes e policiais entram em confronto nesta quarta-feira (22) em Kiev (Ucrânia) (Gleb Garanich/Reuters/VEJA)
55/110 Manifestantes e policiais entram em confronto nesta quarta-feira (22) em Kiev (Ucrânia) (AFP/VEJA)
56/110 Manifestantes e policiais entram em confronto nesta quarta-feira (22) em Kiev (Ucrânia) (AFP/VEJA)
57/110 Ucraniano abana bandeira em frente a tropa de choque durante confrontos com manifestantes pró-Europa, em Kiev (Reuters/VEJA)
58/110 Manifestante segura a bandeira da Ucrânia em frente a um grupo de policiais durante protesto em Kiev, na madrugada desta segunda-feira (20) (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
59/110 Manifestantes e policiais entram em confronto na madrugada desta segunda-feira (20) em Kiev (Ucrânia). Cerca de 200 mil pessoas participaram da manifestação deste domingo contra um conjunto de leis aprovado pelo parlamento proibindo protestos no país (Stringer/Reuters/VEJA)
60/110 Manifestantes têm confronto com polícia em protesto na Ucrânia (AFP/VEJA)
61/110 Manifestantes têm confronto com polícia em protesto na Ucrânia (AFP/VEJA)
62/110 Manifestantes têm confronto com polícia em protesto na Ucrânia (Reuters/VEJA)
63/110 Manifestante com uma bandeira da União Européia nos ombros fica na frente de um bloqueio policial no centro de Kiev, na Ucrânia (Alexander Demianchuk/Reuters/VEJA)
64/110 Manifestantes protegem barricada na Praça da Independência de Kiev, após ação da polícia para retirá-los do local (Sergey Gapon/AFP/VEJA)
65/110 Manifestantes a favor da integração da Ucrânia à União Europeia constroem novas barricadas na Praça da Independência, em Kiev após ação da polícia para retirá-los do local (Alexander Demianchuk/Reuters/VEJA)
66/110 Manifestante observa policiais na praça da Independência, em Kiev (Ucrânia) (Sergei Grits/AP/VEJA)
67/110 Polícia entra em confronto com os manifestantes durante a madrugada desta quarta-feira (11) na Praça da Independência, em Kiev (Dmitry Serebryakov/AFP/VEJA)
68/110 Polícia entrou em confronto com os manifestantes durante tentativa de retomada da Praça da Independência na madrugada desta quarta-feira (11), em Kiev (Sergei Supinski/AFP/VEJA)
69/110 Apoiadoras da integração da Ucrânia à União Européia participam de um comício na Praça da Independência, em Kiev (Gleb Garanich/Reuters/VEJA)
70/110 Polícia entrou em confronto com os manifestantes durante tentativa de retomada da Praça da Independência na madrugada desta quarta-feira (11), em Kiev (Dmitry Serebryakov/AFP/VEJA)
71/110 Forças de segurança desocupam Praça Independência na Ucrânia (Vasily Maximov / AFP/VEJA)
72/110 Policiais ucranianos formam barreira na Praça Independência, em Kiev (Vasily Maximov / AFP/VEJA)
73/110 Manifestantes ucranianos encaram tropa de choque em protesto na Praça da Independência, no centro de Kiev (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
74/110 Manifestantes ucranianos encaram tropa de choque em protesto na Praça da Independência, no centro de Kiev (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
75/110 Manifestantes pró União Europeia protestam sobre uma barricada erguida em torno do palácio presidencial em Kiev, na Ucrânia (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
76/110 Agentes das forças do Ministério do Interior ucraniano montam guarda perto de uma barricada erguida por manifestantes pró União Europeia em torno do palácio presidencial em Kiev (Sergey Dolzhenko/EFE/VEJA)
77/110 Tropa de choque da polícia ucraniana monta barricada na Praça da Independência, no centro de Kiev (Vasily Maximov/AFP/VEJA)
78/110 Um manifestante lê na madrugada desta segunda-feira (9) enquanto guarda barricada de protesto, na praça da Independência, em Kiev (Ucrânia) (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
79/110 Manifestante se aquece na manhã desta segunda-feira (9) enquanto guarda barricada de protesto, na praça da Independência, em Kiev (Ucrânia) (Alexander Zemlianichenko/AP/VEJA)
80/110 Manifestantes pró-União Europeia, seguram bandeiras do partido de oposição Svoboda, cantam mensagens de protesto e bloqueiam a entrada para o prédio do governo em Kiev (Genya Savilov/AFP/VEJA)
81/110 Homem destrói a marteladas uma estátua do fundador do Estado soviético Vladimir Lenin, derrubada por manifestantes pró União Europeia, em Kiev (Gleb Garanich/AP/VEJA)
82/110 Manifestação a favor da integração da Ucrânia à União Europeia levou milhares de pessoas à Praça da Independência, no centro de Kiev (Gleb Garanich/Reuters/VEJA)
83/110 Milhares de manifestantes que defendem acordo da Ucrânia com a União Europeia se reuniram durante um comício nos arredores da Praça da Independência, em Kiev (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
84/110 Manifestantes que defendem acordo com a União Europeia se reuniram durante um comício na Praça da Independência e na Kreshchatik, a principal rua de Kiev, Ucrânia (Andrew Kravchenko/AP/VEJA)
85/110 Homem destrói a marretadas uma estátua do fundador do Estado soviético Vladimir Lênin, derrubada por manifestantes pró União Europeia, em Kiev durante um protesto chamado A Marcha do Milhão (Anatoli Boiko/AFP/AFP)
86/110 Manifestantes pró-União Europeia, acompanham reunião do partido de oposição ucraniano na Praça da Independência, em Kiev (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
87/110 Manifestantes cobrem uma árvore de Natal com bandeiras e mensagens a favor integração do país à União Europeia, na Praça da Independência, em Kiev (Filip Singer/EFE/VEJA)
88/110 Policiais guardam a entrada do prédio do governo em Kiev para impedir a entrada de manifestantes que protestam contra a decisão do presidente Viktor Yanukovych, de suspender um acordo comercial com a União Europeia (Anatoly Maltsev/EFE/VEJA)
89/110 Manifestantes agitam bandeiras, durante um concentracão a favor integração do país à União Europeia, na Praça da Independência, em Kiev (Genya Savilov/AFP/VEJA)
90/110 Manifestantes agitam bandeiras, durante um concentracão a favor integração do país à União Europeia, na Praça da Independência, em Kiev (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
91/110 Manifestante pinta o rosto com a bandeira da União Europeia durante protesto na cidade ucraniana de Lviv (Yuriy Dyachyshyn/AFP/VEJA)
92/110 A bandeira ucraniana segurada por manifestantes é refletida no rosto de um policial que faz a segurança do prédio do governo em Kiev (Stoyan Nenov/Reuters/VEJA)
93/110 Manifestante com o rosto pintado com as cores da bandeira ucraniana posa para um retrato na Praça da Independência, em Kiev (Stoyan Nenov/Reuters/VEJA)
94/110 Homem prepara refeição para os manifestantes que se estabeleceram na Praça da Independência, em Kiev em protesto à decisão do presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, de suspender um acordo comercial com a União Europeia (Stoyan Nenov/Reuters/VEJA)
95/110 Policial observa de dentro de um ônibus, um bloqueio realizado por manifestantes durante protesto em Kiev (Filip Singer/EFE/VEJA)
96/110(Viktor Drachev/AFP/AFP)
97/110 Manifestantes enfrentam polícia perto do escritório presidencial em Kiev em um protesto exigindo eleições antecipadas destinadas a punir autoridades por rejeitar a participação da Ucrânia na União Européia (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
98/110 Manifestantes enfrentam policiais durante protesto contra a decisão do presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, de suspender um acordo comercial com a União Europeia em frente à sede do governo, em Kiev (Gleb Garanich/Reuters/VEJA)
99/110 Manifestante segura a bandeira da Ucrânia em frente a um grupo de policiais durante protesto contra a decisão do presidente, Viktor Yanukovych, de suspender um acordo comercial com a União Europeia em frente à sede do governo, em Kiev (Ilya Varlamov/AFP/VEJA)
100/110 Policiais fazem cordão de isolamento contra manifestantes que protestam contra o governo da Ucrânia, em Kiev, nesta terça-feira (03) (Sergei Grits/AP/VEJA)
101/110 Um coquetel molotov explode em frente de membros da polícia de choque durante os confrontos com manifestantes, perto do escritório presidencial em Kiev, na Ucrânia (Sergei Supinsky/AFP/VEJA)
102/110 Manifestantes enfrentam policiais durante protesto contra a decisão do presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, de suspender um acordo comercial com a União Europeia em frente à sede do governo, em Kiev (Vasily Maximov/AFP/VEJA)
103/110 Manifestante segura um sinalizador na frente de policiais de choque durante confrontos perto do escritório presidencial, em Kiev, na Ucrânia (Vasily Maximov/AFP/VEJA)
104/110 Manifestantes entraram em confronto com polícia na manhã de sábado (30), na Praça da Independência, em Kiev, durante protesto pedindo a demissão do presidente Viktor Yanukovych, na Ucrânia (AFP/VEJA)
105/110 Estudantes dão as mãos simbolizando a união da Ucrânia com a União Europeia em frente de tendas montadas pelos partidários de Yulia Tymoshenko, em Kiev, na Ucrânia (Sergei Supinski/AFP/VEJA)
106/110 Manifestantes pró União Europeia acenam bandeiras ucranianas durante um comício na cidade de Lviv (Yuriy Dyachyshyn/AFP/VEJA)
107/110 Em Kiev, estudantes participam de comício a favor da integração da Ucrânia à União Européia (Valentyn Ogirenko/Reuters/VEJA)
108/110 Criança segura cartaz dizendo "Ucrânia-UE" durante uma manifestação do movimento pró-europeu na cidade de Ivano-Frankivsk, em resposta à decisão do governo ucraniano de desfazer um pacto chave com o União Europeia após sofrer pressão da Rússia (Yuriy Dyachyshyn/AFP/VEJA)
109/110 Manifestante entra em confronto com a polícia de choque durante um comício de apoio a integração na União Européia, na frente do gabinete dos ministros em Kiev, na Ucrânia (Dmytro Larin/Reuters/VEJA)
110/110 Manifestantes foram às ruas em apoio à integração da Ucrânia à União Europeia, no oeste da cidade de Lviv (Mariah Striltsiv/Reuters/VEJA)
A decisão de EUA e Europa de impor algumas sanções econômicas agora, com a possibilidade de adoptar punições mais duras e mais amplas posteriormente, não é um sinal de fraqueza, mas de cálculo estratégico. A artilharia pesada permanece no arsenal diplomático para dissuadir Putin de tentar abocanhar mais território da Ucrânia; nesse meio tempo, os mercados estão impondo custos econômicos adicionais sobre todos os russos.
Agora é igualmente importante fortalecer os membros moderados do novo governo ucraniano e reduzir a influência dos nacionalistas de direita que pisariam nos direitos dos ucranianos que falam russo. Da Revolução Francesa ao Egito, passando pela Síria, extremistas têm repetidamente engolido forças políticas moderadas e passado a imitar as táticas e a política do governo que originalmente se uniram para derrubar.
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Isso não quer dizer que os EUA, a UE e outros atores envolvidos não devam fazer todo o possível para garantir que o povo da Ucrânia, seja qual for seu idioma ou sua religião, obtenham os direitos e a prosperidade que buscam desesperadamente. Para os EUA, a defesa dos valores universais é, de acordo com a estratégia de segurança nacional do presidente Barack Obama, um núcleo de interesse americano. Mas a maneira de buscar esse interesse, neste caso, não é através de um convite ao confronto no estilo da Guerra Fria. Mas sim, protegendo os países que têm maior influência sobre a Rússia e a maioria dos envolvidos – estratégica e economicamente – na resolução desta crise.
Anne-Marie Slaughter é presidente e executiva-chefe da Fundação Nova América, autora de “The Idea That Is America: Keeping Faith with Our Values in a Dangerous World”.
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