EUA desmontam última bomba nuclear da Guerra Fria
A B-53 tinha o poder de apagar da face da Terra uma zona metropolitana inteira
“O mundo será um lugar mais seguro após a desmontagem desta arma”
Thomas D’Agostino, diretor da Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA
Especialistas nucleares do estado do Texas se preparavam nesta terça-feira para desarmar a maior, a mais poderosa e antiga bomba do arsenal americano da era da Guerra Fria. A última bomba B-53 – construída em 1962, o ano da Crise dos Mísseis – será desmontada na usina Pantex, próxima à localizade de Amarillo, o único local nos Estados Unidos onde atualmente armas atômicas são construídas, mantidas e desarmadas.
De cor cinza, 4.500 quilos de peso e do tamanho de uma caminhonete, o dispositivo tinha nove megatons de potência – cada megaton equivale à energia liberada pela explosão de 1 milhão de toneladas de dinamite. É o suficiente para incinerar tudo em um raio de 4 a 5 quilômetros e matar qualquer pessoa desprotegida em um raio de 29 quilômetros.
Para efeito de comperação, a bomba que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima, no final da Segunda Guerra Mundial, tinha uma potência centenas de vezes menor que a B-53. “O mundo será um lugar mais seguro após a desmontagem dessa arma”, disse Thomas D’Agostino, diretor da Administração Nacional de Segurança Nuclear, em um comunicado divulgado pela Pantex.
“O desarmamento dessa bomba é significativo por se tratar da última do tipo que as potências nucleares costumavam construir durante a Guerra Fria”, disse Hans Kirstensen, diretor do projeto de informação nuclear da Federação de Cientistas dos Estados Unidos. Desarmada a B-53, a bomba mais poderosa passa a ser a B-83, com 1,2 megaton, segundo a federação.
(Com agência France-Presse)