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EUA criticam emergentes por impasse em Genebra

Por Giancarlo Lepiani
28 jul 2008, 07h53

Com agência France-Presse

A representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, lamentou no domingo que “um grupo de países emergentes comprometam o delicado equilíbrio” que nos últimos dias permitiu que a Rodada de Doha avançasse na Organização Mundial do Comércio (OMC). O país mais rico do mundo condenou a divisão entre os blocos de países em desenvolvimento, que ameaça impedir o acordo.

“Na sexta-feira havia espaço para um desenlace bem sucedido; não era perfeito, mas era delicadamente equilibrado e contava com um forte apoio”, afirmou. “Infelizmente, um punhado de mercados emergentes decidiram fazer novas reivindicações. E sabem o que acontece? Num equilíbrio tão delicado, quando puxa um fio, tudo se desfaz. Acho que a perspectiva é preocupante”, advertiu a americana.

As negociações na OMC se encontravam até então polarizadas entre países ricos e emergentes, mas agora esbarram, em sua etapa final, com um sério problemas entre diferentes grupos de países em desenvolvimento por causa de um mecanismo de proteção reclamado pela Índia e rejeitado por exportadores como Paraguai e Uruguai. No centro da disputa está o chamado Mecanismo de Salvaguarda Especial (MSE).

Ele permitiria aos países em desenvolvimento aumentar as tarifas em até 15 pontos porcentuais no caso de um aumento de 40% das importações de determinado produto ou de um súbito aumento dos preços em seus mercados internos. A Índia, que promove o MSE nas negociações da OMC, tem o apoio do G33, um grupo que reclama a flexibilidade no processo de abertura de seus mercados agrícolas.

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Obstáculo – O G33 também conta com a China e outros emergentes, como Indonésia e Turquia, além de países africanos e muitos latino-americanos, como o Peru, Bolívia, Venezuela, Cuba e todos os centro-americanos, com exceção da Costa Rica. O campo adverso é liderado pelo Uruguai e Paraguai, apoiados por outros exportadores agrícolas como os Estados Unidos, a Austrália, a Nova Zelândia e o Chile.

Paraguai e Uruguai advertiram, no início da reunião ministerial da OMC, que o MSE “pode se transformar num obstáculo insuperável para o êxito” da Rodada de Doha, cuja negociação decisiva começou na segunda-feira passada e foi prorrogada até a quarta-feira. “Restam muitos problemas por resolver, mas o MSE é um dos maiores”, afirmou à agência France-Presse o porta-voz da OMC, Keith Rockwell.

Otimismo – O diretor da OMC, Pascal Lamy, apresentou na sexta propostas que, pela primeira vez, permitiam vislumbrar uma saída para as difíceis negociações entre os exportadores agrícolas do Sul e os exportadores industriais do Norte na Rodada de Doha, lançada em 2001. O Brasil, um dos principais países do bloco dos emergentes, indicou que já estava pronto a aceitar o acordo sugerido pelo diretor.

Mas o otimismo gerado pelas propostas de Lamy enfrentou seus primeiros obstáculos na resistência da Índia, Argentina e África do Sul de abrir seus mercados industriais. Os países envolvidos nas negociações agora têm mais três dias para tentar acabar com o racha entre os emergentes e fechar um acordo depois de vários anos de brigas, impasses e troca de acusações entre os diferentes grupos.

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