EUA consideram ‘repulsiva’ página de Assad no Instagram
Nas fotos da página lançada pelo ditador sírio, não há sinal do país destruído pela guerra civil, onde 100 000 pessoas já morreram
Na maioria das fotos, Bashar Assad e sua mulher Asma sorriem, abraçam e são abraçados pelo povo. A mais recente ferramenta propagandística do ditador de um país assolado pela guerra civil não mostra imagens de cidades destruídas ou das vítimas do conflito iniciado em março de 2011. Lançada na semana passada, a conta da Presidência síria no Instagram até exibe, em algumas fotos, o casal conversando com pessoas em hospitais — mas sempre com feições de afeto e tranquilidade. Nenhum sinal do país onde 100 000 pessoas já morreram, segundo as Nações Unidas, e mais de 1 milhão fugiram.
Leia também:
Obama levará adiante plano de armar rebeldes sírios
O lançamento da conta no Instagram foi criticado pelos Estados Unidos, que classificaram a página de “um truque de relações públicas deplorável”. A porta-voz do Departamento de Estado Marie Harf disse que “é repulsivo que o regime Assad possa utilizar isso para acobertar a brutalidade e o sofrimento que está causando”. Ela destacou ainda que a conta ignora as “atrocidades horríveis” em Homs e outras regiões do país.
Inspeção – Nesta quarta-feira, a ONU anunciou que seus inspetores vão a três localidades na Síria onde armas químicas teriam sido usadas. Segundo diplomatas, o grupo de inspetores está sendo formado na Europa e poderá viajar para a Síria a partir da semana que vem.
Leia mais:
EUA concluem que regime Assad usou armas químicas
Rebeldes sírios dizem ter recebido armas de ‘países irmãos’
Uma das localidades seria Khan al-Assal, perto de Alepo, onde 27 pessoas foram mortas possivelmente em um ataque com armas químicas em março. Os outros dois locais de inspeção não foram divulgados, mas acredita-se que sejam perto de Homs e da capital Damasco.
As Nações Unidas indicaram ter recebido até agora relatórios do regime sírio e dos governos da Grã-Bretanha, da França e dos Estados Unidos a respeito de treze possíveis ataques com armas químicas ocorridos durante os 28 meses de conflito. Assad responsabiliza os rebeldes pelos ataques, enquanto os opositores culpam as tropas do governo de usarem armas químicas.
(Com agência France-Presse)