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EUA acusam formalmente o Estado Islâmico de genocídio de cristãos

O secretário de Estado dos EUA afirmou que o grupo jihadista está desde 2014 cometendo crimes deste tipo, o que levou os EUA a organizarem uma coalizão para combatê-los

Por Da Redação
17 mar 2016, 12h53

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou nesta quinta-feira que os massacres cometidos pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) contra grupos cristãos e a minoria yazidi no Iraque e na Síria representam um genocídio. O Departamento de Estado está há meses avaliando se iria classificar os assassinatos dos fiéis desses grupos pelo EI como atos de genocídio e limpeza étnica. No entanto, funcionários americanos afirmaram que isso não obrigará o país a intensificar a campanha militar contra os jihadistas.

“Devemos reconhecer que é o que o EI está fazendo com suas vítimas”, disse o secretário de Estado, afirmando que as “atrocidades” devem ser julgadas por um tribunal internacional. Kerry destacou que os EUA apoiarão “firmemente” os esforços para documentar os atos cometidos pelo EI, citando, por exemplo, a existência de valas comuns. “Mencionar esses crimes é importante, mas o mais importante é detê-los”.

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O secretário de Estado afirmou que o grupo jihadista está desde 2014 cometendo crimes deste tipo, o que levou os EUA a organizarem uma coalizão de 66 países que se esforça combatendo o EI. “Nosso objetivo é derrotar o extremismo violento de uma vez por todas, para que essas minorias possam retornar a suas casas”, disse o chefe da diplomacia americana. A designação formal dos crimes praticados pelo EI pode ter implicações práticas, já que os EUA são signatários da convenção da ONU contra o genocídio, aprovada em 1948. O tratado convoca os países a punir o genocídio, definido como atos “comprometidos com a intenção de destruir, totalmente ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.

Na segunda-feira, a Câmara dos Deputados dos EUA já tinha aprovado uma resolução que chamava de “genocídio” a violência cometida pelo EI no Iraque e na Síria contra cristãos, curdos, yazidis e outras minorias étnicas. A iniciativa legal, apoiada por democratas e republicanos, pedia que todos os governos do mundo a chamar as atrocidades cometidas pelo EI por seu nome: “crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio”.

Histórico – Em 1994, o governo de Bill Clinton resistiu a empregar o rótulo “genocídio” no caso de Ruanda por temor que isso o obrigasse a tomar medidas concretas, afirmou em 2002 a atual embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power. Em 2004, o então secretário de Estado, Colin Powell, qualificou o assassinato de milhares de pessoas em Darfur, no Sudão, como genocídio, a primeira vez que os EUA usaram esse termo durante um conflito em andamento. No entanto, o Departamento de Estado afirmou que a acusação não obrigava o país a intervir legalmente e representava bem mais um motivo de pressão moral. Em abril do ano passado, a administração de Barack Obama foi alvo de críticas por se negar a usar o termo “genocídio” para descrever o massacre de centenas de milhares de armênios pelo Império Otomano em 1915, que completava então 100 anos.

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