Estados Unidos superam marca de 200.000 mortes por Covid-19
Marco ocorre um dia após presidente americano, Donald Trump, citar trabalho 'fenomenal' no combate à pandemia
Os Estados Unidos ultrapassaram nesta terça-feira, 22, a marca dos 200.000 mortos pela Covid-19, segundo levantamento em tempo real feito pela Johns Hopkins University. O número de casos está em 6.861.211. A cifra ocorre ao mesmo tempo em que o Reino Unido anuncia novas restrições junto do restante da Europa, devido ao aumento no número de casos.
Atrás dos Estados Unidos, estão a Índia, com 5.562.663 casos e 88.935 mortos, e o Brasil, 4.558.040 casos e 137.272 óbitos.
Na segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, disse que seu governo tem desempenhado um trabalho “fenomenal” no combate à pandemia e que o país está “virando a esquina”.
“Afeta praticamente ninguém. É uma coisa incrível”, disse a apoiadores em Swanton, Ohio, em um evento de campanha na noite de segunda-feira. “Afeta (…) pessoas mais velhas com problemas cardíacos e outros problemas – se eles já tem outros problemas, é isso que realmente afeta”.
Em março, enquanto a pandemia devastava Nova York, ele havia dito que 200 mil mortes significariam o sucesso no combate à crise sanitária. “Se nós tivermos entre 100 mil e 200 mil mortes, então teremos feito um trabalho muito bom”, disse, em referência a um estudo da Imperial College que previa 2,2 milhões de mortes caso nenhuma medida de combate fosse adotada.
Em estudo, o instituto de saúde da Universidade de Washington prevê que o número de mortes por coronavírus pode chegar a 378.000 até o final de 2020, com números diários chegando a 3.000 em dezembro.
No início deste mês, o jornal americano The Washington Post divulgou áudios de conversas telefônicas em que Trump admitiu em duas entrevistas, uma em fevereiro e outra em março, que a Covid-19 representava uma perigo maior que a gripe, mas que sua intenção era de minimizar a situação para evitar pânico na sociedade.
“Isso é uma coisa mortal”, o presidente disse ainda em fevereiro quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda nem tinha declarado a emergência sanitária como uma pandemia. “Você respira o ar e é assim que ela é passada (adiante). E isso é muito complicado. Ela (Covid-19) é muito mais letal que a gripe mais forte”, afirmou Trump ao jornalista, reconhecendo a gravidade da doença.
Em público, a postura de Trump quanto ao novo coronavírus foi diferente. Nas primeiras semanas, minimizou a doença chamando-a de uma simples gripe. Semanas após a primeira conversa com o jornalista, em 9 de março, Trump tuitou: “No último ano 37.000 americanos morreram de gripe comum. Isso varia de 27.000 e 70.000 todo ano. Nada será fechado, a vida e a economia continuarão a seguir em frente”.
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Clique e AssineO presidente tem questionado frequentemente conselhos de especialistas médicos e científicos, incluindo do próprio governo, e participado de eventos com aglomerações, onde poucas pessoas usam máscaras. Recentemente, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Robert Redfield, disse ao Congresso que o uso de máscaras seria uma proteção mais garantida que uma vacina, que só estaria amplamente disponível “no final do segundo trimestre, terceiro trimestre de 2021”.
Trump afirma que ma vacina pode estar pronta já em meados de outubro, o que é improvável. Segundo membros da oposição e analistas políticos, o presidente usa a possibilidade de uma vacina para tentar contornar uma possível derrota para o democrata Joe Biden na eleição de 3 de novembro. O republicano segue atrás do ex-vice-presidente em pesquisas de opinião.