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Estados Unidos oferecem à Rússia pacto militar na Síria

A proposta envolve operações de bombardeio conjuntas e apoio mútuo entre as agências de inteligência dos dois países

Por Da redação
Atualizado em 14 jul 2016, 17h24 - Publicado em 14 jul 2016, 15h49

Os Estados Unidos estão oferecendo à Rússia um novo pacto militar contra os grupos extremistas Estado Islâmico e Al Qaeda na Síria, segundo o jornal The Washington Post. Se finalizado, o acordo pode alterar significativamente o papel americano no conflito, que já dura mais de cinco anos.

O secretário de Estado americano, John Kerry, que deve discutir a proposta em Moscou nesta quinta-feira, não quis comentar o assunto com a imprensa. “Eu apenas vou a Moscou me encontrar com o presidente Vladimir Putin nesta noite”, disse a repórteres. De acordo com o documento de oito páginas, Washington propõe uma operação conjunta de bombardeios, um escritório único de controle e comando e outros esforços sincronizados. Dessa forma, agentes de inteligência americanos e russos iriam “trabalhar juntos para derrotar os grupos terroristas”.

Caso se confirme, a nova estratégia iria na direção contrária de meses de críticas à intervenção militar russa na Síria. Além disso, o acordo colocaria os Estados Unidos ao lado do presidente Bashar Assad, apesar de anos pedindo sua renúncia. A Rússia, por outro lado, chegaria ao objetivo que traçou desde o primeiro ano de intervenção na Síria: liderar uma coalizão internacional.

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Washington vem repelindo pedidos de Moscou por cooperação militar há anos, acusando os russos de utilizar o combate ao terrorismo para proteger a posição de Assad. A Rússia também é criticada por violar tréguas, atingir civis e atacar grupos rebeldes apoiados pelos Estados Unidos.

De acordo com o Washington Post, a proposta indica que um “grupo de implementação conjunta” seria estabelecido próximo à capital da Jordânia. Em troca da cooperação americana, os russos precisariam pressionar Assad a interromper a campanha militar contra grupos rebeldes e a promover uma transição política, o que efetivamente terminaria com as quatro décadas do controle de sua família sobre a Síria.

Valores diferentes – Em entrevista exibida mais cedo nesta quinta-feira, o ditador sírio afirmou que a Rússia, aliada de Damasco, “nunca” falou sobre uma transição política que pudesse resultar em sua saída do poder. A ONU previa que o processo de transição pudesse começar em agosto, mas isso não deve acontecer.

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Ao ser questionado pelo canal americano NBC News se o presidente russo Vladimir Putin ou o ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov abordaram o tema de sua saída do poder ou de uma transição com ele, Assad respondeu que “nunca, porque, como já disse, esse assunto compete ao povo sírio”.

“Apenas o povo sírio pode definir quem vai ser o seu presidente, quando ele começa e quando deve sair. Eles (os russos) nunca falaram uma única palavra sobre isso”, insistiu Assad na entrevista realizada em Damasco.

Ao ser questionado se estava “preocupado” com a possibilidade de Kerry e Putin chegarem a um “acordo” sobre sua saída, Assad respondeu: “Não, por uma razão: porque a política dos russos não está baseada em acordos, e sim em valores”. “E é por isso que vocês não veem nenhum acordo entre eles e os americanos, porque os valores diferem”, completou o presidente sírio.

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(Com AFP e Estadão Conteúdo)

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