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Esquema de propina atinge governo de Erdogan na Turquia

O premiê disse que a polícia está realizando uma "operação suja" contra seu governo. Investigação já resultou na prisão de 52 pessoas influentes no país

Por Da Redação
19 dez 2013, 07h04

O governo do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi atingido nesta semana por um amplo esquema de corrupção. Após a prisão de 52 pessoas suspeitas de receberem propina, incluindo três filhos de ministros do gabinete turco, o premiê atacou as autoridades e classificou a investigação policial de “operação suja” contra sua gestão. “Não vamos permitir tramas políticas”, afirmou. Bulent Arinc, o vice-primeiro-ministro, no entanto, tratou de amenizar o enfrentamento de Erdogan. “Sempre respeitaremos qualquer decisão tomada pelo judiciário e não faremos nenhum esforço para bloquear esse processo”, disse, segundo a rede BBC.

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Erdogan, contudo, não perdeu tempo em reprimir as autoridades. O premiê anunciou que cinco chefes de polícia que supervisionaram as operações em Istambul e Ankara foram destituídos de suas funções por “abuso de poder”. Segundo o jornal turco Hurriyet, os comissários demitidos incluem os chefes das divisões de crimes financeiros e crimes organizados, que estavam envolvidos nas prisões de membros do governo. Também foram destituídos os chefes das unidades de contrabando, antiterrorismo e de segurança pública, informou o periódico. Em um breve comunicado, a polícia informou que remanejou alguns funcionários para outras áreas devido a uma “necessidade administrativa”.

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O esquema de corrupção ocorre seis meses após as manifestações contra Erdogan que tomaram as ruas da Turquia. Os protestos, que tiveram início com o anúncio da demolição do Parque Gezi, em Istambul, para a construção de um shopping, acabaram se transformando em um amplo movimento de insatisfação contra o autoritarismo do primeiro-ministro. Nos últimos anos, Erdogan tem se esquecido dos preceitos básicos em uma democracia para instaurar uma república islâmica no país. As próprias manifestações foram combatidas com intensa repressão.

De acordo com a BBC, a nova crise pode ter sido desencadeada por uma divisão política no partido governista AK, de Erdogan. A rixa envolveria apoiadores de Fethullah Gulen, um influente político islâmico exilado nos Estados Unidos que ajudou a legenda a vencer três eleições consecutivas desde 2002. Os apoiadores de Gulen teriam influents cargos em instituições como a polícia, o judiciário e no próprio partido AK. Nos últimos meses, no entanto, a aliança começou a ruir após o governo discutir o fechamento de escolas privadas, incluindo as que são administradas pelo movimento de Gulen, chamado de Hizmet.

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As prisões em massa de partidários do governo teriam sido motivadas por três frentes diferentes de investigação: um inquérito em torno de um esquema de propina em que ministros receberiam suborno para acobertar transações financeiras ao Irã, um inquérito sobre o recebimento de propina em troca de contratos firmados com construtoras e um inquérito sobre áreas protegidas de Istambul que foram demolidas em favor de construções que viriam a desenvolver a cidade, como redes hoteleiras, sem a aprovação de engenheiros e instituições do Estado.

Entre os presos estão os filhos do ministro do Interior, Muammer Guler, do ministro da Economia, Zafer Caglayan, e do ministro do Meio-Ambiente, Erdogan Bayraktar. A polícia também invadiu a sede do maior banco da Turquia, Halkbank, e de uma grande construtora do país. Uma revista na casa do administrador do banco, Suleyman Aslan, levou as autoridades a encontrarem 3,2 milhões de euros, em dinheiro, escondidos dentro de caixas de sapato em sua livraria. Aslan também está detido.

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