Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Erdogan mobiliza partidários e tenta manter legitimidade do governo

Por Da Redação
28 dez 2013, 09h58

O primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, mobiliza novamente neste sábado seus partidários decidido a resistir por todos os meios à pressão causada pelo escândalo político-financeiro que atinge o seu governo. Seus rivais o atacam na tribuna do parlamento e na imprensa; nas ruas, manifestações pedem sua saída. O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no governo, enfrenta deserções em suas fileiras e vê a oposição engrossar a cada dia.

Erdogan deve se reunir na tarde deste sábado com seus partidários em Manisa, no oeste do país, um dia após a polícia intervir em Istambul, Ancara e em uma dezena de outras cidades para dispersar milhares de pessoas que exigiam a renúncia do primeiro-ministro. “O governo deve renunciar por este roubo, por toda esta corrupção”, indicou Yagmur, uma estudante que protestava em Istambul. “Agora sabemos de tudo, mas ainda não renunciaram. Vamos defender nossos direitos e continuaremos nas ruas”, afirmou. Somente na sexta-feira, a polícia deteve cerca de 70 pessoas na maior cidade da Turquia.

Leia também

Premiê da Turquia troca dez ministros em meio a protestos contra corrupção

Filhos de ministros são presos na Turquia em meio a escândalo de corrupção

Esquema de propina atinge governo de Erdogan na Turquia

As palavras de ordem dos manifestantes, os violentos incidentes com as forças de ordem, as bombas de gás lacrimogêneo e as barricadas lembram a revolta antigovernamental de junho em torno da praça Taksim, no centro de Istambul. Em Ancara e Istambul, as manifestações reuniram os mesmos grupos de jovens, muito politizados, que em junho desafiaram o governo durante três semanas. Diante dos protestos nas ruas, Erdogan utilizou a mesma estratégia aplicada há seis meses para aplacar os protestos e denunciou um complô contra ele.

O chefe de governo islamita moderado também questionou os magistrados do Conselho de Estado, que há alguns dias suspenderam um decreto que obrigava a polícia a informar a sua hierarquia sobre qualquer detenção. “Se pudesse, os julgaria”, disse Erdogan, numa indicação que gostaria de endurecer a repressão.

Saiba mais: As ambições escusas da Turquia, entre Ocidente e Oriente

Desconfiança – A três meses das eleições municipais, Erdogan, seguro do apoio da maioria da população, repreendeu os três deputados que abandonaram na sexta-feira as fileiras do AKP como consequência do escândalo em curso. Além disso, o primeiro-ministro acusou mais uma vez o pregador muçulmano Fethullah Gulen de estar por trás da investigação anticorrupção que terminou com a detenção de vinte pessoas próximas ao poder e provocou a renúncia de três ministros.

A imprensa próxima à oposição criticou neste sábado a atitude desafiadora de Erdogan. “Não há espaço para dúvidas, a corrupção é uma praga. Mas a atmosfera política que o primeiro-ministro criou neste assunto é pior e ainda mais prejudicial que a própria corrupção”, afirmou o jornal turco Taraf. Os mercados financeiros, apesar da remodelação ministerial da última quarta-feira, mostram a mesma inquietação pela incerteza criada com a crise. A moeda turca caiu na sexta-feira ao seu nível histórico mais baixo.

(Com agência France-Presse)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.