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Erdogan e Trump pressionam Riad por caso do jornalista desaparecido

Jornalista saudita era crítico ao regime de seu país e desapareceu após visitar o consulado da Arábia Saudita na Turquia, dia 2

Por AFP Atualizado em 30 jul 2020, 20h07 - Publicado em 12 out 2018, 10h14

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou nesta quinta-feira que seu país não deve permanecer em silêncio sobre o caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi, que está desaparecido. O presidente americano Donald Trump continua pedindo explicações a Riad sobre o caso.

O jornalista, crítico ao poder saudita e correspondente do Washington Post, não deu sinais de vida desde o dia 2 de outubro, quando entrou no consulado de seu país em Istambul, para obter um documento relacionado ao casamento com sua noiva turca.

Trump assinalou nesta quinta que investigadores americanos trabalhavam junto com Turquia e Arábia Saudita no caso, mas fontes diplomáticas turcas desmentiram pouco depois qualquer participação de Washington nas investigações.

Por enquanto, as pressões americanas consistem apenas em pedir explicações à Arábia Saudita, aliado tradicional dos Estados Unidos com o qual a administração Trump estreitou ainda mais os vínculos.

A Casa Branca e o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, se encontraram com o príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman. Washington também pediu ao embaixador saudita “que traga informações ao voltar aos Estados Unidos”, disse a porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert.

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Trump descartou uma suspensão das vendas de armas americanas para a Arábia Saudita com sanção. Os sauditas “gastam 110 bilhões de dólares em equipamento militar e em coisas que criam empregos (…) neste país”, declarou o presidente americano da Casa Branca. “Não gosto da ideia de acabar com um investimento de 110 bilhões de dólares nos Estados Unidos”, que poderiam “gastar na Rússia ou na China”. “Se isso ficar tão ruim como parece, com certeza haverá outras formas de gerir a situação”, acrescentou.

Trump enfrenta uma crescente pressão do Congresso americano, onde influentes senadores do seu Partido Republicano se mostram críticos com o reino saudita e asseguram que podem bloquear as vendas de armas se forem confirmadas as piores suspeitas de envolvimento do país no desaparecimento do jornalista.

De acordo com o Washington Post, com o qual Khashoggi colaborava, os serviços de Inteligência americanos tinham informações sobre um plano saudita, que envolvia Mohamed Bin Salman e consistia em montar uma armadilha para deter o jornalista. O Departamento de Estado americano desmentiu que Washington tivesse informações sobre esse projeto.

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Segundo o jornal, Ancara informou a Washington que tem gravações de áudio e vídeo nas quais o jornalista é “interrogado, torturado e morto” no interior do consulado, antes de ter seu corpo esquartejado. No lado turco, vários meios de comunicação exibiram imagens das câmeras de segurança feitas do lado de fora do consulado, que mostram o jornalista entrando e depois vários veículos entrando e saindo, mas os sauditas afirmam que as câmaras do consulado não estavam funcionando naquele dia.

O presidente Erdogan mostrou-se cético em declarações divulgadas nesta quinta-feira, quando afirmou que a Arábia Saudita tem os mais avançados sistemas de vigilância por vídeo. “Se sair um mosquito (do consulado), seus sistemas de câmera vão interceptar”, afirmou aos jornalistas a bordo do voo que o trazia de uma visita a Budapeste. “Este incidente aconteceu em nosso país. Não podemos ficar calados”, acrescentou.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, advertiu nesta quinta que as autoridades sauditas se expunham a “sérias consequências” em caso de responsabilidade no desaparecimento, ou possível assassinato do jornalista.

Khamal Khashoggi se exilou em 2017 nos Estados Unidos, depois de ter caído em desgraça no ambiente de Mohamed bin Salman. Depois que o jornal turco pró-governo Sabah divulgou na quarta-feira o nome, a idade e as fotografias de 15 homens apresentados como a “equipe de assassinos” enviada por Riad, a mídia e as contas nas redes sociais conseguiram identificar um grande número deles como agentes dos serviços de segurança ou pessoas ligadas ao príncipe herdeiro.

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