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Erdogan diz que vai manter planos de urbanização apesar de protestos

Primeiro-ministro retorna ao país enquanto milhares de manifestantes protestam

Por Da Redação
6 jun 2013, 10h29

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que retorna nesta quinta-feira de uma viagem pelo norte da África, disse que manterá os planos de urbanização da praça Taksim, em Istambul, apesar da onda de manifestações contra o projeto. Enquanto isso, dezenas de milhares de manifestantes prosseguem com os protestos contra o governo, iniciados após o anúncio de destruição do último espaço verde significativo no centro de Istambul.

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A noite em Istambul não teve incidentes, pela primeira vez em uma semana, desde o início das manifestações, iniciadas com o protesto contra a urbanização da praça Taksim. Na quarta-feira, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas nas principais cidades do país, em resposta a uma convocação de duas centrais sindicais, sobretudo em Istambul e Ancara, para exigir a renúncia de Erdogan. Também foram registrados confrontos em Rize (às margens do Mar Negro, nordeste) entre adversários e simpatizantes do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que está no poder desde 2002.

Segundo o canal CNN Türk, centenas de pessoas atacaram 25 jovens que preparavam um protesto. Para evitar atos violentos, o parlamentar Huseyin Celik apelou aos integrantes do AKP que não fossem ao aeroporto para receber Erdogan em seu retorno da Tunísia. “O primeiro-ministro não precisa demonstrar seu poder”, disse Celik.

Governo – Erdogan, no entanto, desafiou os rivais no sábado passado. “Se querem organizar manifestações, quando eles reunirem vinte pessoas, eu reunirei 200.000; e quando eles forem 100.000, eu mobilizarei um milhão de membros de meu partido”.

Para Erdogan, as manifestações foram organizadas por extremistas e não constituem uma “primavera turca”, em referência às revoltas islâmicas que derrubaram ditadores em 2011. No entanto, o vice-primeiro-ministro da Turquia, Bulent Arinc, pediu desculpas aos manifestantes feridos nos protestos. Arinc disse que as manifestações são “justas e legítimas”, mas condenou o seu caráter violento.

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Iniciadas após o anúncio da urbanização da praça, as manifestações acabaram se tornando uma expressão mais ampla do descontentamento popular com os planos de desenvolvimento urbano do governo, com o apoio aos rebeldes na vizinha Síria – que muitos acreditam ter feito o conflito chegar ao território turco – e, também, com medidas vistas como autoritárias, entre elas a recente restrição à venda de bebidas alcoólicas na madrugada e as advertências contra demonstrações públicas de afeto.

Ao menos quatro pessoas (incluindo um policial) morreram nas manifestações, e centenas ficaram feridas. Representantes dos manifestantes exigiram a destituição dos chefes de polícia de várias cidades, entre elas Istambul e Ancara. Eles também querem a libertação das pessoas detidas, o fim do projeto urbanístico da praça Taksim, a proibição do uso de gás lacrimogêneo e mais respeito à liberdade de expressão. Os manifestantes acusam Erdogan de autoritarismo e de querer “islamizar” a Turquia.

Polícia – Um policial morreu nesta quinta-feira devido aos ferimentos sofridos após cair de uma ponte na noite passada, quando perseguia manifestantes durante um violento protesto na cidade de Adana, no sul da Turquia, informou a agência de notícias Anadolu. É o primeiro policial morto desde o início dos protestos. Enquanto as fontes oficiais falam em 300 feridos, 260 deles policiais, o colegiado de médicos diz que o número de feridos registrados no país é de mais de 4.000.

(Com agências EFE e France-Presse)

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