Equador discute com Reino Unido destino de fundador do WikiLeaks
Presidente equatoriano diz que procura uma solução com o governo britânico para garantir a segurança de Assange e não comprometer as relações com Londres
O Equador está discutindo com o Reino Unido o destino do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou o presidente equatoriano, Lenín Moreno, em entrevista divulgada ontem (29). Assange está refugiado desde 2012 na embaixada do país latino-americano em Londres.
“Entendo que já estamos estabelecendo contato com a procuradoria jurídica do senhor Assange para encontrar uma saída”, declarou Moreno ao jornal espanhol El País.
“O senhor Assange está há mais de cinco anos assim. Deve-se encontrar uma saída para ele que defenda seus direitos, principalmente o direito à vida, e que, ao mesmo tempo, possa dar ao Equador a possibilidade de não ter o que certamente representaria um problema para o nosso país”, acrescentou o presidente.
O australiano Assange, de 47 anos, refugiou-se na embaixada equatoriana no Reino Unido para evitar ser extraditado para a Suécia, onde responde por supostos crimes de agressão sexual. Ele alega que não os cometeu.
O ciberativista afirma que a acusação teve motivação política e teme ser extraditado para os Estados Unidos, onde teria de enfrentar julgamento por ter divulgado milhares de documentos secretos daquele país através de seu site WikiLeaks.
A Justiça sueca abandonou a última causa por estupro contra Assange em maio de 2017. Mas um tribunal de Londres rejeitou em fevereiro o arquivamento do caso, alegando descumprimento das condições de sua liberdade sob fiança.
Moreno, que visitou esta semana o Reino Unido e a Espanha, indicou que a solução ideal seria Assange cumprir pena no Reino Unido por ter violado os termos de sua condicional ao refugiar-se na embaixada e, em seguida, ir para um local onde ficasse tranquilo.