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Entre festa e contestação, Egito celebra a revolta anti-Mubarak

Por Por Mona SALEM
25 jan 2012, 10h36

Milhares de egípcios se reuniram nesta quarta-feira na Praça Tahir, no Cairo, para celebrar um ano do início da revolta histórica contra o presidente Mubarak, em um ambiente de festa e reivindicação para a saída dos militares no poder.

Islamitas, liberais, partidários de esquerda e cidadãos comuns se apresentam para este “dia da revolução” na praça emblemática do movimento que acabou com 30 anos de governo autoritário em 18 dias.

Manifestações também estão previstas para outras cidades, principalmente em Alexandria, Suez e Ismailiya.

No Cairo, manifestantes agitavam bandeiras e exibiam cartazes festivos ou com reivindicações, refletindo o desacordo sobre o que este dia deve simbolizar.

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A Irmandade Muçulmana, majoritária na Assembleia recentemente eleita, estava presente para celebrar a revolta que permitiu a saída do grupo da clandestinidade e o posterior triunfo nas urnas.

Mas, os movimentos pró-democracia, motores da revolta, afirmam que vieram para prosseguir com a revolução inacabada e exigir a saída do Conselho Superior das Forças Armadas (CSFA), que governa o Egito desde a queda de Mubarak.

“Vamos a Tahrir para avançarmos nos objetivos da revolução”, afirmou Hala Rashad, 46 anos, cozinheira em um restaurante.

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“Celebração do primeiro aniversário”, podia ser lido em uma enorme faixa na praça, onde “comitês populares” revistavam as pessoas que chegavam.

“Queda do poder militar”, dizia uma outra.

“Quem vai carregar a alma da revolução?” foi a manchete do semanário de língua francesa al-Ahram Hebdo.

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Símbolo das dissonâncias deste dia, uma fanfarra militar tocava hinos patrióticos, enquanto manifestantes gritavam “abaixo o poder militar!”.

O opositor Mohamed ElBaradei, uma das principais figuras da onda de contestação do início de 2011, que se retirou recentemente da corrida presidencial, justificando que não havia condições democráticas, deve aparecer na Praça Tahrir durante o dia.

O poder militar, por sua vez, anunciou anistias, paradas militares e fogos de artifício para celebrar o aniversário e restaurar sua imagem desgastada depois de um ano à frente do país.

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O Egito realizou nos últimos meses eleições legislativas, as mais democráticas desde a queda da monarquia em 1952, mas também foi palco de violência e uma grave crise econômica.

Na terça-feira, o CSFA anunciou o fim parcial da lei que colocou o país em estado de emergência por 30 anos.

Contudo, esta legislação restritiva para a liberdade e os direitos será mantida para lutar contra a “violência” cometida por “delinquentes”, uma definição vaga, que os cidadãos temem que continue a ser aplicada em qualquer circunstância.

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A organização Human Rights Watch considera que este fim parcial, em vigor a partir desta quarta-feira, é com “convite para prosseguir com os maus-tratos”.

As forças de segurança informaram que estavam em estado de alerta para o caso de uma “tentativa de sabotagem” das comemorações.

O Ministério do Interior afirmou, contudo, que não haverá nenhuma presença policial no local e que as forças de ordem irão se concentrar na proteção dos prédios públicos.

Mubarak está atualmente preso em um hospital militar e será julgado pela morte de manifestantes durante a revolta, que deixou oficialmente cerca de 850 mortos.

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