A instituição StandWithUs Brasil e o Instituto Brasil-Israel, entidades que atuam na disseminação de conhecimento sobre Israel e no combate ao antissemitismo, criticaram nesta quarta-feira, 26, uma declaração dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita à Espanha, justamente no dia em que se comemora a Independência de Israel.
Em um discurso no qual criticou diretamente as Nações Unidas (ONU) e voltou a relativizar a guerra na Ucrânia após condenar a “violação” de seu território, o presidente afirmou que a ONU criou o Estado judeu, e não criou o Estado palestino. “A ONU era tão forte que, em 1948, conseguiu criar o Estado de Israel. Em 2023, não consegue criar o Estado palestino”, disse.
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“Ao contrário do que disse o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, hoje em Madri, Israel não foi criado pela Organização das Nações Unidas”, diz André Lajst, presidente-executivo da StandWithUs Brasil. “Em 1947, o que a Partilha da ONU preconizou foi a criação de dois países, um para judeus e outro para árabes. Os judeus aceitaram, os árabes, não. O Estado de Israel foi fundado depois de uma guerra empreendida pelos exércitos do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque contra os judeus”.
Em nota, o Instituto Brasil-Israel disse lamentar “a imprecisão dos fatos descritos”, o que pode gerar uma “incompreensão sobre o conflito entre Israel e Palestina. É um tema complexo e o caminho para a paz exige, também, profundo conhecimento da situação”.
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No início desta semana, uma delegação da Frente em Defesa do Povo Palestino foi recebida pela Secretária de Comunicação da Presidência brasileira, pedindo que o governo brasileiro reconheça e denuncie o que definiram como um sistema de apartheid imposto por Israel. Em comunicado, o grupo pediu que o governo lula “lidere o reconhecimento na América Latina pela Assemble Geral e Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas de que o regime implementado pelo Estado de Israel é de apartheid contra palestinos, inclusive os denominados árabes-israelenses”.