Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Empresas de tecnologia têm de cooperar contra o terror’

Para diretor de espionagem britânica, privacidade não é um valor absoluto

Por Da Redação
3 nov 2014, 20h48

Robert Hannigan, o novo diretor da GCHQ, a agência de espionagem eletrônica da Grã-Bretanha, disse nesta segunda-feira que a privacidade nunca foi um direito absoluto. Para ele, as companhias de tecnologia dos EUA têm que adotar uma nova postura de cooperação com os governos para evitar ajuda indireta a grupos terroristas.

Hannigan fez as declarações em um artigo no jornal Financial Times. Foi a primeira vez em que o diretor expôs seus pontos de vista desde que assumiu o cargo, em 24 de outubro.

“O GCHQ está satisfeito de ser parte de um debate maduro sobre privacidade na era digital, mas a privacidade nunca foi um valor absoluto e o debate sobre esse assunto não deve ser motivo para adiar decisões urgentes e difíceis”, escreveu o diretor.

Leia mais:

Documentário sobre Snowden divide opiniões em estreia nos EUA

Continua após a publicidade

Twitter processa EUA para poder divulgar dados de monitoramento

De saída, secretário de Justiça critica Apple e Google por burlar espionagem

A advertência foi feita quando o diretor citou o uso da internet por grupos terroristas. Hannigan diz que a ascensão do Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria demanda uma nova abordagem de combate. “Enquanto a rede Al Qaeda e suas franquias usavam a internet para disseminar material anonimamente em ‘lugares escuros’, o EI encara a web como um canal barulhento para se promover, intimidar e atrair novos recrutas”, escreveu, citando que os jihadistas se especializaram em usar o Facebook, o Twitter e outras redes.

“O GCHQ e suas agências irmãs, não pode encarar esses desafios em grande escala sem um apoio maior do setor privado, incluindo as maiores empresas de tecnologia dos EUA, que dominam a web. Eu entendo que elas têm um relacionamento difícil com governos. Elas aspiram ser condutores neutros de dados e se manter afastadas da política. Só que cada vez mais os seus serviços hospedam material extremista e de exploração infantil, e ainda servem como rota de facilitação para o crime e o terrorismo”, disse.

Continua após a publicidade

Para Hannigan, as gigantes da internet que não gostam de cooperar com o governo cometem “autoengano” quando recusam enxergar que a web está sendo usada para fins ilícitos.

“Precisamos de um novo pacto entre os governos democráticos e as firmas de tecnologia para proteger nossos cidadãos. Um pacto fincando nos nossos valores democráticos compartilhados. Para isso é preciso encarar algumas verdades desconfortáveis”, disse.

A GCHQ, assim como sua equivalente americana NSA, foi alvo de uma série de escândalos envolvendo a espionagem de cidadãos em grande escala tanto internamente quanto no exterior. O papel da agência nos casos foi revelado graças aos vazamentos do ex-analista da NSA Edward Snowden. Hannigan não chegou a citar Snowden no texto, mas disse que os jihadistas se “beneficiaram” com os vazamentos que ocorreram nos últimos anos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.