Emissora ABC confirma debate entre Trump e Kamala em setembro
Debate vai ocorrer no dia 10 de setembro; Trump afirmou durante uma coletiva que queria mais dois encontros na Fox News e na NBC
A emissora americana ABC anunciou nesta quinta-feira, 8, um debate presidencial entre o ex-presidente dos Estados Unidos e candidato presidencial republicano, Donald Trump, e democrata Kamala Harris no dia 10 de setembro.
A confirmação ocorreu depois que Trump afirmou durante uma coletiva em sua residência em Palm Beach, na Flórida, que queria adicionar mais dois encontros na Fox News e na NBC ainda naquele mês. O republicano, no entanto, não detalhou os termos específicos. Além disso, não ficou claro se sua campanha havia feito uma proposta a Kamala.
Anteriormente, Trump já havia sugerido que poderia desistir do debate da ABC, que já estava marcado antes da vice-presidente substituir o mandatário americano, Joe Biden, na corrida eleitoral. A coletiva de imprensa foi a primeira aparição pública do republicano desde que sua rival democrata escolheu o governador de Minnesota, Tim Walz, para ocupar o cargo vice-presidente.
Nesta semana, Kamala e Walz participaram de comícios na Pensilvânia, Michigan e Wisconsin – estados considerados importantes para uma vitória eleitoral dos democratas. Tanto Michigan quanto Wisconsin são considerados swing states – aqueles em que ora os eleitores votam nos democratas, ora nos republicanos.
Críticas a Kamala
A chegada de Kamala na corrida embaralhou o plano de campanha de Trump. Antes de ser substituído, Biden estava atrás nas pesquisas eleitorais – um levantamento feito pelo jornal americano The New York Times revelou que, após o desastroso debate da CNN, o democrata tinha 43% dos votos. Já Trump liderava com 49%.
Com a chegada de Kamala, o cenário mudou. Segundo uma pesquisa de Reuters/Ipsos, a democrata lidera com 42% contra os 37% de Trump. Ao ser questionado sobre mudança em sua abordagem, Trump afirmou que continua tendo o mesmo plano eleitoral. O ex-presidente também afirmou que Kamala e Walz eram candidatos fracos e que estavam caindo nas pesquisas.
Ele também lamentou não poder enfrentar Biden na eleição, sugerindo que o democrata foi vítima de uma conspiração inconstitucional para tirá-lo do topo. O presidente desistiu da corrida após sofrer pressão de colegas democratas preocupados com suas chances de vitória.
O republicano continuou a lançar críticas à campanha de Kamala, zombando do tamanha das multidões que se aglomeram em seus comícios. Segundo ele, a multidão na qual discursou em 6 de janeiro de 2021 – dia em que seus apoiadores invadiram o Capitólio – era tão grande quanto as que lotaram o National Mall quando Martin Luther King entoou o discurso de “I Have a Dream”.
“Na verdade, tivemos mais pessoas”, disse Trump. “Mas estou tranquilo com isso, porque eu gostava do Dr. Martin Luther King”.
Trump ainda afirmou que Kamala não dá entrevistas à imprensa por ser “mal competente”, chamando-a de desagradável.