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Embaixador russo abandona reunião na ONU após acusações contra a Rússia

Presidente do Conselho Europeu acusou o país de gerar uma crise alimentar e de acobertar casos de violência sexual praticados pelos seus soldados na Ucrânia

Por Matheus Deccache 6 jun 2022, 18h25

O embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, abandonou uma reunião do Conselho de Segurança nesta segunda-feira, 6, depois que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acusou a Rússia de gerar uma crise alimentar global devido à invasão à Ucrânia

Dirigindo-se aos 15 membros do conselho, Michel acusou ainda as tropas russas de crimes de guerra e contra a humanidade, citando especificamente relatos de violência sexual, descrevendo-a como uma “tática de tortura, horror e repressão”.

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Em fala no início da reunião, Nebenzia refutou “categoricamente” as acusações e disse se tratar de uma “mentira” para prejudicar o país. Visivelmente irritado, o embaixador disse à Reuters que “não poderia mais permanecer na sala por causa das mentiras que Charles Michel estava contando”.

Em resposta, o presidente do Conselho Europeu disse que seria mais fácil para o russo não ouvir as verdades. 

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“Senhor Embaixador da Federação Russa, sejamos honestos, o Kremlin está usando suprimentos de alimentos como um míssil furtivo contra países em desenvolvimento. A Rússia é a única responsável por esta crise alimentar”, disse. 

A discussão teve início depois que os Estados Unidos e a Europa pediram para que a Rússia ponha fim na suposta violência sexual ocorrida na Ucrânia por seus soldados, acusação negada pelo governo russo. 

De acordo com Linda Thomas-Greenfield, embaixadora americana na ONU, o país deve tomar medidas para que o seu exército respeite a resolução 1820 das Nações Unidas sobre a violência sexual, que proíbe transformar tais práticas em arma de guerra.

Já o embaixador ucraniano, Sergiy Kyslytsya, também acusou o Exército russo de violência sexual e disse que o Kremlin tenta ocultar, aproveitando para pedir uma solução “à ocupação da Rússia de uma cadeira permanente soviética” do Conselho de Segurança. 

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Outros membros também denunciaram que os supostos atos podem constituir crimes de guerra, ao mesmo tempo que a China pediu que qualquer denúncia seja objeto de investigação. 

A representante do Conselho de Segurança para a violência sexual nos conflitos, Pramila Patten, exigiu ainda para que as anistias a esses tipos de crime sejam explicitamente proibidas em qualquer eventual acordo de paz e apontou que “as mulheres constituem as maiorias da supostas vítimas”.

Em relação à crise alimentar, o secretário-geral da ONU, António Guterres, está tentando intermediar a criação de um pacote para retomar as exportações de alimentos ucranianos e as exportações russas de alimentos e fertilizantes. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, deve visitar a Turquia na próxima quarta-feira, 8, para discutir o desbloqueio das exportações de grãos da Ucrânia.

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