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Em visita a Berlim, Gorbachev defende Putin

Último dirigente da extinta União Soviética acusa Estados Unidos de interferirem em assuntos de outros países

Por Da Redação
7 nov 2014, 17h56

O último dirigente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, visitou Berlim nesta sexta-feira, dois dias antes do aniversário de 25 anos da queda do Muro que dividiu a capital alemã por décadas.

Gorbachev visitou o Checkpoint Charlie, antigo posto de controle entre os lados ocidental e oriental, e deixou as marcas das suas mãos em uma placa de cimento fresco. Nos próximas dias, ele deve participar de outros eventos relacionados à data da queda da antiga barreira, um dos principais símbolos da Guerra Fria.

O ex-líder soviético já adiantou que, quando se encontrar com a chanceler alemã Angela Merkel, vai defender a política do Kremlin para a Ucrânia. “Defenderei com firmeza a Rússia e seu presidente Vladimir Putin no fórum político que acontecerá no domingo, à margem das celebrações em Berlim”, disse Gorbachev à agência russa Interfax.

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“Estou absolutamente convencido de que Putin defende atualmente os interesses da Rússia melhor do que ninguém. Com certeza há coisas em sua política que geram críticas, mas eu não vou fazer isso nem quero que outro faça”, completou. “Estou totalmente convencido de que o problema da Ucrânia não é mais que um pretexto utilizado pelos Estados Unidos para interferir nos assuntos de outros países”.

A Alemanha tem liderado a União Europeia na aplicação de sanções contra a Rússia por seu papel na crise da Ucrânia. O governo Putin anexou ilegalmente a península da Crimeia em março deste ano e, na sequência, passou a incentivar, orientar e armar cidadãos russófonos com ideias separatistas do leste do país. Os Estados Unidos também impuseram punições contra cidadãos e empresas russos.

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A chanceler Merkel, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e o ex-líder do sindicato polonês Solidariedade, Lech Walesa, têm sua presença aguardada nos eventos de 25 anos da queda do Muro de Berlim.

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Unificação – A visita de Gorbachev também coincide com a publicação de uma reportagem da revista Der Spiegel afirmando que o antigo dirigente e o então ministro das Relações Exteriores da URSS, Eduard Shevardnadze, pediram ao líder da Alemanha Oriental, Erich Honecker, que derrubasse o muro de Berlim em 1987, dois anos antes da queda.

A proposta ficou escondida nas anotações de um dos funcionários mais próximos a Shevardnadze e foi encontrada, segundo a revista, pelo historiador da London School of Economics Wladislaw Subok.

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A Alemanha descobre assim que o fim da divisão da capital do país poderia ter sido antecipado se Honecker tivesse sinalizado alguma abertura, o que não ocorreu. Os documentos são de 30 de maio de 1987, quando foi organizada uma reunião em Berlim Oriental, capital da República Democrática Alemã (RDA), entre os líderes dos países do Pacto de Varsóvia. Não há detalhes da proposta porque, segundo a Der Spiegel. Gorbachev não quis se pronunciar sobre o assunto, e os outros participantes do encontro já morreram.

O conselho do Kremlin a Honecker tem relação com a visita prevista do então presidente americano Ronald Reagan a Berlim Oriental. Havia um temor de que o foco de seu discurso fosse a unidade alemã.

O último presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev deixa a marca de suas mãos em uma peça da parede original da antiga passagem de fronteira 'Checkpoint Charlie' em Berlim - 07/11/2014
O último presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev deixa a marca de suas mãos em uma peça da parede original da antiga passagem de fronteira ‘Checkpoint Charlie’ em Berlim – 07/11/2014 (VEJA)
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Reagan – O regime soviético quis se adiantar com um ato de propaganda, mas Honecker não respondeu às expectativas. Em 12 de junho 1987, Reagan pronunciou, diante do Portão de Brandemburgo, sua já lendária frase: ‘Derrube este muro, senhor Gorbachev. Abra esta porta’.

Nesta sexta, em Berlim, Gorbachev falou sobre a frase do presidente americano. “Em visitas aos Estados Unidos muitas vezes me perguntaram como encarei o pedido do presidente Reagan. A verdade é que então não o levei a sério. Sabia que era um ator e achei que se tratava apenas de uma boa encenação”.

O ponto decisivo para a mudança, salientou, foi o amadurecimento da Alemanha. “Para que caísse o muro de Berlim, foram necessárias muitas coisas, e chegou o momento em que a sociedade alemã tinha amadurecido para isso”.

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(Com agência EFE)

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