Em vídeo, misses venezuelanas se unem para pedir paz
Os assassinatos de Genésis Carmona, nesta semana, e de Mónica Mootz, em janeiro, desencadearem um protesto por parte das rainhas da beleza do país
A morte da jovem venezuelana Genésis Carmona, alvejada na cabeça durante uma manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro, desencadeou um movimento de revolta entre as rainhas da beleza do país. O assassinato de Genésis, de 17 anos, Miss Turismo de Carabobo, chocou o país. Em janeiro, a ex-miss Venezuela, Mónica Spears Mootz, e o seu marido foram mortos em uma tentativa de assalto no mês de janeiro. Frente aos altos índices de criminalidade nas ruas, as ex-misses venezuelanas lançaram nesta sexta-feira um vídeo em que clamam por paz.
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O movimento, intitulado ‘Misses4peace’ (Misses Pela Paz, na tradução literal), reúne importantes nomes da história do concurso no país, como Barbara Palacios, eleita Miss Universo em 1986. O vídeo de mais de sete minutos mostra as belas venezuelanas segurando placas com dizeres contrários à violência que se instaurou nas ruas. As misses também defendem slogans utilizados pelos manifestantes contrários a Maduro, como Pray For Venezuela (Rezem Pela Venezuela) e SOS Venezuela (A Venezuela Pede Socorro).
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“Não se trata de uma iniciativa política, mas exigimos a paz em nossa amada Venezuela, que hoje chora a recente e violenta morte de duas das nossas rainhas”, diz o comunicado emitido pelas misses e publicado pelo jornal El Universal. “A Venezuela, antes conhecida como o país das mulheres mais belas do mundo e com maior quantidade de títulos internacionais, incluindo sete Miss Universo, seis Miss Mundo, seis Miss Internacional e dois Miss Earth, agora encabeça a lista dos países mais violentos do planeta”, acrescentaram as misses.
Segundo dados da ONG Observatório Venezuelano da Violência, o país registrou 24.763 mortes violentas em 2013. Além de Carmona, outras quatro pessoas foram mortas nos protestos convocados contra Maduro.
Enterro – O corpo de Genésis Carmona foi enterrado nesta sexta-feira em uma cerimônia que contou com a presença de familiares, amigos e diversas mães da cidade de Valência, onde ela foi baleada na cabeça. O padre Alberto Márquez, que rezou pela recuperação da jovem enquanto ela estava internada em coma, foi incumbido de realizar uma missa em homenagem à vítima. A irmã de Carmona, Alejandra, afirmou que esta era a primeira manifestação em que elas compareceram. “Não havíamos saído nenhum dia e eu pensava em ir sozinha. Mas ela, minha mãe e todos os outros quiseram ir. Nunca você sai pensando que vai acontecer algo a você. Ela morreu pela Venezuela, apoiando o país e querendo que fôssemos livres”, declarou ao jornal El Nacional. O corpo foi enterrado no cemitério Jardines del Recuerdo, em Valência.