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Em quinto domingo consecutivo, bielorrussos vão às ruas contra Lukashenko

Em forte repressão, mais de 400 pessoas foram presas na capital em atos contra reeleição do presidente, no poder desde 1994

Por Da Redação Atualizado em 13 set 2020, 18h38 - Publicado em 13 set 2020, 17h48

Pelo quinto domingo consecutivo, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Minsk, capital de Belarus, para protestar contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko, apesar da repressão das forças de segurança, que prenderam cerca de 400 manifestantes. 

A oposição voltou a enfrentar um grande dispositivo das forças de segurança, armadas e equipadas com veículos blindados canhões de água, sobretudo diante da sede da Presidência, um dos locais de concentração dos manifestantes. 

A polícia anunciou a prisão de 400 pessoas durante a manifestação, chamada “Marcha dos Heróis”, em referência às vítimas da repressão. Segundo o grupo de direitos humanos Vianas, mais de 200 pessoas foram presas em outras cidades do país. No fim de semana passado, foram detidas cerca de 600 em Minsk e outras cidades.

Desde a noite da eleição, no dia 9 de agosto, a ex-república soviética se tornou um constante palco de manifestações contra o resultado do pleito. Logo após a ida às urnas, o país de 9 milhões de habitantes viu a maior manifestação da oposição em sua história, com milhares de pessoas nas ruas da capital.

Manifestantes contra presidente Alexander Lukashenko marcham pela capital, Minsk. 13/08/2020 (-/AFP)

Lukashenko, por sua vez, cita um plano apoiado por potências estrangeiras para desestabilizar a Bielorrússia. No poder desde 1994, fazendo com que seja conhecido como “o último ditador da Europa”, ele afirma que os manifestantes são criminosos e desempregados.

No sábado, a polícia reprimiu com violência uma concentração de mulheres na capital e dezenas de manifestantes foram detidas. Svetlana Tikhanovskaya, candidata na eleição presidencial que reivindicou a vitória sobre Lukashenko e está auto-exilada na Lituânia, elogiou em um vídeo um “povo realmente heróico que prossegue na luta pela liberdade”.

Semana turbulenta

A semana passada foi marcada pela detenção de uma de suas aliadas, Maria Kolesnikova, que resistiu à expulsão do país: ela rasgou o passaporte em pedaços para não ser enviada ao exterior. Kolesnikova foi detida e acusada de “atentar contra a segurança nacional”

Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia, denunciou como “inaceitável a repressão contínua das autoridades contra a população civil, os manifestantes pacíficos e os militantes políticos”.

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Das três líderes que compõe o Conselho de Coordenação, grupo que deseja preparar o caminho para uma transição política no país, somente Kolesnikova estava em Belarus. Além de Svetlana Tikhanovskaya, Olga Kovalkova anunciou no sábado 6 que viajou à Polônia depois de receber ameaças do serviço de inteligência de Belarus.

Apesar de disposto a compartilhar o poder com outras lideranças políticas, para o presidente, novas eleições não vão ocorrer “até que me matem”. Segundo a agência estatal de notícias Belta, Lukashenko anunciou em meados de agosto que poderia entregar o poder após um referendo sobre possíveis mudanças na Constituição. Segundo ele, as mudanças já estão em andamento, mas não aconteceram sob pressão.

Em 2001, na primeira reeleição de Lukashenko, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), entidade internacional que fiscaliza eleições no continente europeu. denunciou “falhas fundamentais” no processo eleitoral, entre elas censura da mídia. A Bielorrússia ocupa a 153ª posição, entre 180 países, no ranking de liberdade de imprensa feito pela organização Repórteres sem Fronteiras.

Casos de intimidação a opositores e de bloqueios arbitrários de candidaturas já aconteciam em 2001, segundo a OSCE.  Nas últimas eleições parlamentares, em 2019, fiscais da OSCE relataram urnas fraudadas e, em alguns casos, foram explicitamente impedidos de checá-las. Na ocasião, todos os 110 assentos da câmara baixa do Parlamento foram conquistados por apoiadores de Lukashenko.

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(Com AFP)

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