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Em primeira fala pública desde vitória de Biden, Trump ignora democrata

Presidente participou de coletiva sobre combate à Covid-19 e criticou possibilidade de lockdown

Por Amanda Péchy 13 nov 2020, 19h48

Em meio à crise política causada por sua recusa a conceder a Presidência após as eleições nos Estados Unidos, Donald Trump realizou uma coletiva de imprensa na Casa Branca nesta sexta-feira, 13, para abordar a pandemia de coronavírus no país. Em sua primeira fala pública, o líder americano falou durante quase 15 minutos, dando ênfase ao desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, sem nunca mencionar o nome de Joe Biden, o presidente-eleito.

Antes mesmo que o resultado fosse anunciado pela imprensa americana no sábado 7, Trump alegou adulteração de votos e abriu uma série de contestações jurídicas em nível estadual. A equipe do presidente ainda não apresentou evidências para sustentar as acusações.

Após Biden ser declarado o vencedor da corrida eleitoral, o republicano permaneceu isolado na Casa Branca, pronunciando-se apenas por meio de tuítes que acusam fraude no pleito. Democratas do Congresso e profissionais da saúde criticaram a postura do presidente, cuja ausência teria prejudicado ainda mais a resposta federal à pandemia de coronavírus.

Desde que a capital Washington, D.C., ficou paralisada nos últimos 10 dias pela obstrução da transição de governo, 1 milhão de pessoas foram diagnosticadas com Covid-19, enquanto o número de mortes aumentou rapidamente. Na quinta-feira 12, o país bateu o recorde de número diário de casos de coronavírus pela sétima vez em nove dias, registrando mais de 153.000 infecções.

Na coletiva, Trump voltou a defender a tese de que a pandemia irá desaparecer “logo”, que ele sustenta desde o início do ano. Sem máscara, como já é costume, o presidente discursou sobre a rápida recuperação econômica do país após o primeiro semestre, criticando a possibilidade de novas restrições aos negócios por conta do novo pico.

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“Lockdowns custam vidas e custam dinheiro. Minha administração não vai aceitar um lockdown”, disse Trump. “Eu não vou autorizar um lockdown, mas quem sabe a administração que teremos no futuro”, completou, fazendo a única menção indireta à guerra pela transição de governos após a eleição.

Alguns estados, como Chicago, Maryland e Nova York, impuseram novas restrições devido ao aumento de contágios. As hospitalizações ultrapassaram pela primeira vez a marca de 60.000 e o número de mortes é o mais alto desde maio, sendo que em alguns estados, profissionais da saúde contaminados, mas assintomáticos, foram convocados para o trabalho.

Ao todo, o país soma 10,5 milhões de casos confirmados e 248.000 mortes – 20% dos números globais, em ambos os casos.

Sobre a Operação Warp Speed, de desenvolvimento de medicamentos e vacinas contra a Covid-19, o médico Moncef Slaoui, parte da equipe da Casa Branca de resposta à pandemia, disse que duas das seis vacinas mais promissoras devem começar a ser distribuídas ainda em dezembro – a da Pfizer e a da Moderna.

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“Com uma vacina aprovada pela FDA, cerca de 20 milhões de americanos poderão ser vacinados em dezembro”, disse Slaoui, citando o órgão regulador americano. “Depois disso, serão de 20 a 25 milhões imunizações a cada mês. Esse número aumenta caso tenhamos mais de uma vacina aprovada”.

O médico completou que “não houve nenhuma intervenção política” nas vacinas, que estão sendo avaliadas por comissões independentes, e por isso “devem ser usadas por toda a população”.

Mike Pence, vice-presidente de Trump e líder da resposta ao coronavírus, disse que os avanços na pesquisa de medicamentos e vacinas contra a Covid-19 foram “graças ao presidente”.

Depois dos pronunciamentos, Trump foi embora sem responder perguntas.

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