Em meio a referendo, Rússia e Ucrânia acertam ‘trégua’
Moscou aceitou retirar o bloqueio imposto por suas tropas nas bases militares na Crimeia. A Merkel, Putin afirma estar preocupado com aumento da tensão
Por Da Redação
16 mar 2014, 10h57
O governo russo aceitou neste domingo retirar o bloqueio imposto por suas tropas nas bases militares ucranianas na Crimeia até 21 de março, informou o Ministério da Defesa da Ucrânia. “Nenhuma medida será tomada contra nossas instalações militares na Crimeia durante este período. Nossas bases militares, portanto, estão prosseguindo com uma recomposição de reservas”, informou o ministro ucraniano em exercício, Ihor Tenyukh. Pouco depois, em conversa com a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que está preocupado com a escalada das tensões no sudeste da Ucrânia, provocada, segundo ele, por “grupos radicais”. Putin afirmou, ainda, que respeitará a decisão da população da Crimeia, que vota neste domingo em referendo que decidirá se a região será anexada à Rússia ou permanecerá como parte da Ucrânia, porém com mais autonomia.
Até o momento, 50% dos 1,5 milhão eleitores registrados já depositaram seu voto na urna, segundo a rede britânica BBC. “É um momento histórico, todo mundo será feliz”, disse o primeiro-ministro pró-Moscou da Crimeia, Serguei Axionov, depois de votar na capital Simferopol.
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Segundo as previsões, o resultado será favorável à anexação. Os locais de votação fecharão as portas às 20 horas locais (15 horas em Brasília) e os resultados definitivos serão anunciados durante a manhã de segunda-feira, anunciou a comissão eleitoral.
A Crimeia foi historicamente parte da Rússia até que a União Soviética cedeu o território à Ucrânia em 1954, por decisão de Nikita Krushceov. Moscou, no entanto, manteve no porto de Sebastopol a base de sua frota no Mar Negro. A população em sua maioria fala russo e é favorável à anexação. As minorias ucraniana e tártara, que representam 37% da população, pediram o boicote do referendo.
O referendo ocorre após a queda do presidente pró-Moscou da Ucrânia, Viktor Yanukovich, no dia 22 de fevereiro, em meio a manifestações sobre a sua decisão de descartar um acordo com a Europa em prol de laços econômicos com a Rússia.. A votação é classificada como ilegal por Kiev, causou a pior crise entre Ocidente e Oriente depois do fim da Guerra Fria, e aumentou a tensão não apenas na Crimeia, mas também no leste da Ucrânia, onde duas pessoas morreram em confrontos nessa sexta-feira.
Em Kiev, o Parlamento ucraniano aprovou a dissolução da assembleia regional da Crimeia, que organizou o referendo e apoia a anexação à Rússia. Um líder nacionalista ucraniano do Congresso em Kiev disse que a assembleia da Crimeia precisa ser punida para impedir que haja mais movimentos separatistas no leste ucraniano, que tem o russo como idioma majoritário.
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