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Em meio a acusações de blasfêmia, ministro renuncia no Paquistão

Protestos contra emenda encabeçada pelo ministro da Justiça deixam sete pessoas mortas em Islamabad

Por Da redação
27 nov 2017, 18h57

Para “tirar o país de uma situação de crise”, o ministro de Justiça do Paquistão, Zahid Hamid, entregou sua renúncia ao primeiro-ministro Shahid Khaqan Abbasi nesta segunda-feira. Há mais de três semanas, o político era o alvo de manifestações lideradas por fundamentalistas islâmicos que pediam sua saída do governo, acusando-o de “blasfêmia”.

Os protestos, convocados pelo grupo Tehreek-i-Labaik, reunia milhares de pessoas na principal via de acesso à capital Islamabad, e se espalhou por outras grandes cidades do país como Karachi e Lahore. O estopim dos protestos foi uma emenda – já desconsiderada – à legislação eleitoral, na qual a alteração de alguns termos diminuía o tom religioso do juramento de novos políticos. O ato, encabeçado por Hamid, foi visto como ‘blasfêmia’, crime grave no Paquistão.

Sete pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas durante uma intervenção policial para liberar o tráfico em Islamabad neste sábado. O exército, uma das instituições mais poderosas do país, resolveu não interferir no caso, e aconselhou que Abbasi resolvesse o impasse “pacificamente”. A inação foi vista como um alinhamento dos militares com os islamistas, que, nesta segunda-feira, anunciaram um acordo para pôr fim aos protestos.

O líder do grupo fundamentalista, Khadim Hussain Rizvi, disse nesta segunda-feira que se recusava a discutir com o governo “porque eles são nossos assassinos”. “O honorável chefe do Exército, general Qamar Javed Bajwa, enviou seus emissários especiais, que disseram que iriam garantir o cumprimento de nossas demandas”, adicionou o chefe da sigla islamista sobre o fim das manifestações que travavam Islamabad, informa a agência Reuters. Além da renúncia de Hamid, parte do acordo com o governo inclui a liberação de manifestantes presos no sábado.

A atual crise enfraquece ainda mais o governo de Abbasi, que foi empossado como primeiro-ministro do país após seu antecessor, Nawaz Sharif, ter anunciado sua renúncia em julho. Alvo de denúncias de corrupção, Sharif ele foi declarado inapto para o cargo pela Suprema Corte do país. O Paquistão deve promover novas eleições em agosto de 2018. O Labaik faz da defesa das leis de blasfêmia e aplicação severa da sharia, a lei islâmica, sua principal bandeira política.

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