Em greve de fome, Leopoldo López vai à audiência de ambulância
O líder opositor venezuelano está em greve de fome há mais de uma semana em protesto contra sua condição de preso político
O político opositor venezuelano Leopoldo López foi levado de ambulância durante a manhã desta segunda-feira ao Palácio da Justiça para a continuação de seu julgamento. O preso político, que está detido há mais de um ano na prisão militar de Ramo Verde, está em greve de fome há mais de 180 horas, desde o dia 22 de maio, assim como o ex-prefeito de San Cristobal, Daniel Ceballos. López é acusado, entre outros crimes, de incitação à violência e de formação de quadrilha por ter participado das manifestações contra o governo durante fevereiro de 2014.
A informação foi dada pelo advogado e ativista de direitos humanos Elenis Rodriguez, que representa alguns dos estudantes que estão sendo processados juntamente com o ex-prefeito da oposição. López e Ceballos mantêm a greve de fome para exigir a sua libertação e a de outros presos políticos. Eles também cobram uma definição para a data das eleições parlamentares previstas para este ano e o fim da censura estatal na mídia.
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Na semana passada, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu formalmente à Venezuela para tomar medidas cautelares a favor dos líderes opositores presos. “A Comissão avalia que os direitos à vida e à integridade pessoal de Leopoldo López e Daniel Ceballos estão em situação de risco”, destacou o organismo autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), em sua decisão.
Para a CIDH, com sede em Washington, a prisão continuada de López e de Ceballos nas condições denunciadas está violando os direitos humanos dos presos. López, acusado de incitar à violência nos protestos de começo de 2014 contra o governo de Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos, está na prisão militar de Ramo Verde, a 30 km de Caracas, desde fevereiro de 2014. Ceballos foi preso em março de 2014 e acusado de “desacato” por se manifestar favorável às manifestações estudantis contrárias ao governo de Nicolás Maduro.
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(Da redação)