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Em ‘fracasso de políticas’, número de feminicídios aumenta na Itália

Dados do Ministério do Interior apontam que uma mulher é assassinada no país a cada três dias

Por Vitória Barreto Atualizado em 15 ago 2022, 19h12 - Publicado em 15 ago 2022, 19h11

Apesar de promessas do governo de maior proteção às mulheres, a Itália teve um aumento de 16% no número de feminicídios em relação ao ano passado, de acordo com dados publicados nesta segunda-feira, 15, pelo Ministério do Interior. Entre 1° de agosto de 2021 e 31 de julho de 2022, 125 mulheres foram assassinadas, em comparação às 109 mortas no ano passado.

De acordo com a pasta, 108 dos assassinatos de 2022 foram cometidos em um ambiente “familiar-emocional”, sendo que 68 mulheres foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros.

Os números subiram apesar de maior atenção ao governo ao tema. Em novembro do ano passado, o então premiê Mario Draghi, em ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher, disse que o tema é “uma prioridade deste governo”.

No mesmo evento, a ministra da Justiça, Marta Cartabia, disse que os dados eram “uma vergonha para nossa sociedade”.

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“O fato de os números de assassinatos de mulheres estarem subindo é um testamento do fracasso das políticas que temos em vigor. Há sempre cerca de 100 ou mais feminicídios por ano, e isto, em um país civilizado, é inaceitável”, disse Elisa Ercoli, presidente da Differenza Donna, uma organização de promoção dos direitos das mulheres e combate à violência de gênero.

O caso de feminicídio mais recente – que será registrado nos números do próximo ano – aconteceu em 7 de agosto, quando Silvana Arena, 74 anos, foi espancada até a morte com um pedaço de pau, alegadamente pelo marido, Giovenale Aragno, 73, em sua casa em Venaria, perto de Turim.

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Em média, uma mulher é morta a cada três dias na Itália. No mês passado, dois casos ganharam proeminência na mídia italiana e fomentaram o debate. Em 25 de julho, Valentina Di Mauro, de 33 anos, foi assassinada pelo namorado, Marco Campanaro, em sua casa perto do Lago Como. Dois dias depois, em meio a um processo de divórcio, Marzia Bettino foi morta pelo marido, Sebastiano Canella, na casa do casal em Gênova.

Dados apontam que há uma percepção profundamente enraizada em estereótipos de gênero na sociedade italiana, incluindo um forte patriarcalismo. De acordo com uma pesquisa realizada pela AstraRicerche, um em cada quatro italianos acredita que a violência contra as mulheres não é uma forma de violência.

Além disso, a mesma pesquisa também revela que 30% dos homens acham que o abuso físico contra as mulheres é menos grave quando elas têm uma determinada atitude, ou enviam sinais nos quais indicam que estão “disponíveis”. 

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