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Em despedida, Merkel é aplaudida de pé por líderes em cúpula europeia

'Uma cúpula sem Angela é como Roma sem o Vaticano ou Paris sem a Torre Eiffel', brincou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu

Por Da Redação
22 out 2021, 17h05

Líderes de países integrantes da União Europeia ficaram de pé nesta sexta-feira, 22, para aplaudir a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em sua última cúpula do bloco, depois de 16 anos à frente da maior economia da Europa e 107 encontros representando seu país em Bruxelas. A chanceler deixa o governo assim que for oficializada a nova coalizão resultante das eleições parlamentares de setembro.

Eleita dez vezes seguidas a mulher mais poderosa do mundo, a política de 67 anos é a primeira chefe de Estado alemã a se retirar voluntariamente. “Quero usar meu tempo para ler mais e quem sabe até permitir que meus olhos se fechem quando estiver cansada, sem grandes preocupações”, disse recentemente, admitindo, no entanto, que não vai ser fácil se acostumar a ter suas tarefas “executadas por outra pessoa”.

A transferência de poder marcará um ponto de inflexão crucial na Alemanha, que sob o comando de Merkel se tornou mais rica, mais diversa e mais poderosa economicamente. Também provoca ondas de choque na Europa e no resto do mundo desde que ela anunciou, ainda em 2018, a decisão de deixar o Parlamento e a liderança de seu partido, a CDU, depois de imprimir na diplomacia global sua marca de negociadora inabalável na busca de compromissos viáveis.

Entre as homenagens, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou que a chanceler é “um monumento, a tal ponto que uma cúpula sem Angela é como Roma sem o Vaticano ou Paris sem a Torre Eiffel”. O líder político do bloco também elogiou a “sobriedade e simplicidade” da política alemã como “uma poderosa arma”. 

Michel também presenteou Merkel com uma réplica do Edifício Europa, a sede do Conselho da União Europeia. Em publicação no Twitter, ele publicou dois vídeos ligados à política alemã: um com uma espécie de “linha do tempo” e e outro em que o ex-presidente americano Barack Obama manda uma mensagem de despedida.

“Tive a felicidade de me tornar seu amigo, ao vê-la perseguir o bom humor, o pragmatismo sábio e a firme convicção moral, ao tomar decisões difíceis ao longo de muitos anos”, diz Obama.

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O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, disse que a saída de Merkel deixará “um grande vácuo” na Europa e definiu a chefe de governo da Alemanha como “uma máquina de concessões”.

“Muitas vezes, quando não era possível seguir em frente, Merkel apresentava uma proposta. Ela conseguia encontrar algo que nos unisse para seguir em frente”, afirmou.

Na mesma linha, o chanceler da Áustria, Alexander Schallenberg, expressou a importância da líder alemã para todo o bloco comunitário.

“Alguém que está nesta posição por tanto tempo na União Europeia deixará um vazio para trás. Foi um refúgio de paz dentro da União Europeia”, disse o chefe de governo austríaco.

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Desde que se tornou a chanceler alemã em 2005, Merkel também teve papel ativo na União Europeia durante a crise financeira de 2008, a crise de refugiados de 2015 e, mais recentemente, em negociações pela pandemia de Covid-19.

A chanceler, vista como uma liderança dentro do continente, tem forte aprovação em toda a Europa. Uma pesquisa feita pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês) indica que ela teria 41% dos votos numa hipotética eleição para a Presidência da União Europeia, um cargo que não existe. 

Os europeus demonstraram ainda confiança na capacidade da Alemanha em questões como finanças (36%) e na defesa de democracia e direitos humanos (35%).

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