Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Em crise, Cuba autoriza abertura das primeiras empresas privadas

Companhias devem atuar na produção de alimentos, manufatura, reciclagem e projetos de desenvolvimento local

Por Ernesto Neves Atualizado em 30 set 2021, 21h04 - Publicado em 30 set 2021, 18h45

Em grave crise econômica, Cuba emitiu nesta quinta-feira (30) a primeira autorização para o funcionamento de empresas privadas desde a Revolução Comunista, em 1959.

A permissão acontece apenas 10 dias depois da aprovação da lei que permite a autorização para a abertura de negócios de pequeno e médio porte.

O governo do presidente Miguel Díaz-Canel deu consentimento a abertura de 35 empresas, sendo 32 delas de caráter privado e três estatais.

Desse total, 13 se concentram no setor de produção de alimentos, um dos mais atingidos pela asfixia econômica da ilha. Há escassez crônica de itens da cesta básica e os supermercados das principais cidades estão com as prateleiras vazias.

Outras seis estão no setor de manufatura, enquanto reciclagem, enquanto o restante se distribui em tecnologia, reciclagem e projetos de desenvolvimento local.

Esses empreendimentos privados poderão contratar até 100 trabalhadores e deverão ser constituídas como sociedades anônimas. 

Continua após a publicidade

Também terão direito a linhas de créditos e fontes de financiamento. 

A liberdade, porém, tem limites. Tanto a importação quanto a exportação de produtos ainda deverão ser feitas por intermédio de estatais.

A nova legislação também impõe limites às atividades profissionais. Contadores, advogados, arquitetos e engenheiros, entre outros profissionais, ainda não podem se associar ou formar empresas para prestar serviços.

Ter um negócio em Cuba é crime desde 1968. Naquele ano, o então presidente, Fidel Castro, fez um discurso na Universidade de Havana em que atacou os empreendimentos privados que seguiram operando após a Revolução.

Castro os chamou de “remanescentes do capitalismo”, e iniciou uma ofensiva aos empreendedores. Como resultado, foram confiscados mais de 55.000 negócios, boa parte deles de origem familiar.

Continua após a publicidade

A paralisia da economia enfrentada nos últimos anos, porém, tem feito o governo iniciar uma série de reformas, ainda que restritas.

A pressão popular por mudanças também aumentou. Em julho, a ilha enfrentou uma onda de protestos populares de magnitude inédita.

Castigados pela escassez crônica de comida e remédios, os cubanos se organizaram pelas redes sociais e saíram às ruas das principais cidades do país.

Em Havana, houve forte repressão policial, o que não impediu que centenas de manifestantes cercassem o Capitólio Nacional, símbolo da cidade, entoando gritos nunca ouvidos antes de “abaixo a ditadura”, “liberdade” e “pátria e vida” — este, uma aberta subversão do slogan oficial, “pátria ou morte”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.