Em crise, companhia aérea pede que executivos carreguem bagagens
Empresa australiana pediu a seus funcionários seniores que trabalhassem carregando bagagens nos aeroportos de Sydney e Melbourne por três meses
A companhia aérea australiana Qantas pediu nesta segunda-feira, 8, aos seus executivos seniores para carregarem bagagens nos aeroportos, enquanto luta para gerenciar uma crise de escassez de funcionários.
A empresa convocou ao menos 100 funcionários para se juntarem às equipes de carga terceirizadas nos aeroportos de Sydney e Melbourne por três meses.
“Os altos níveis de gripe no inverno e um pico de Covid-19 em toda a comunidade, juntamente com o mercado de trabalho apertado do momento atual, tornam recursos humanos um desafio em todo o nosso setor”, disse Colin Hughes, diretor de operações da Qantas, em nota nesta segunda-feira.
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Os executivos que aceitarem o acordo temporário serão encarregados de separar e escanear as malas, embarcá-las nos aviões e conduzi-las pelo aeroporto, entre outras responsabilidades. De acordo com a nota, aqueles que aceitarem o papel deverão ser “fisicamente capazes de mover e levantar malas de até 32 quilos” e que essas funções serão temporárias.
“Ficou claro que nosso desempenho operacional não atendeu às expectativas de nossos clientes ou aos padrões que esperamos de nós mesmos. Estamos fazendo todos os esforços para melhorar nosso desempenho”, disse um porta-voz da Qantas à emissora americana CNN.
As companhias aéreas têm lutado para lidar com o retorno de viajantes aos aeroportos após dois anos de restrições para conter a pandemia, quando dificuldades econômicas também levaram a cortes no quadro de funcionários. Em junho de 2020, a Qantas disse que reduziria sua força total de trabalho em 20% – o equivalente a 6.000 pessoas.
Na nota, Hughes disse que a empresa planeja recrutar milhares de novos funcionários, incluindo pessoal encarregado de bagagens. Também nesta segunda, o CEO da JetBlue, companhia aérea de Nova York, disse que sua empresa estava realizando contratações em massa devido a uma alta debandada de seus funcionários.
Além das companhias, os aeroportos também passam por dificuldade. Em julho, o aeroporto de Heathrow, em Londres, um dos mais movimentados do mundo, pediu às empresas que parassem de vender mais passagens durante o verão do hemisfério Norte, quando as pessoas geralmente tiram férias, dizendo que limitaria o número diário de partidas a 100.000 passageiros.