Nusa Dua (Indonésia), 19 nov (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reuniu neste sábado com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, em um contexto de desacordos entre os dois países.
A reunião aconteceu antes que ambos participem das sessões de hoje cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Nusa Dua, na ilha de Bali, na Indonésia.
A expectativa é que os líderes abordem assuntos como a segurança marítima, a não-proliferação e questões comerciais, entre elas a cotação do iuan. Na cúpula que terminará hoje, os EUA querem colocar a questão da segurança marítima, algo ao qual Pequim se opõe.
Obama exigiu ‘regras claras de jogo’ no mar da China Meridional, onde seis países – China, Taiwan, Vietnã, Filipinas, Malásia e Indonésia – mantêm disputas pela soberania das ilhas Spratly, onde acredita-se que pode haver grandes jazidas petrolíferas.
Os EUA – que vêm circular US$ 1,2 trilhão em comércio bilateral anualmente por essas águas – acredita que as diferenças devem ser abordadas no seio de um fórum internacional como o da Ásia Oriental.
A China, por outro lado, considera que as disputas devem ser resolvidas exclusivamente entre os países envolvidos.
Obama conclui hoje em Nusa Dua uma viagem de nove dias pela região da Ásia e do Pacífico na qual buscou dar relevância ao papel de seu país na região frente à ascendência chinesa.
Em sua primeira parada, no Havaí, Obama promoveu o Acordo Estratégico Transpacífico para a Cooperação Econômica (TPP), que aspira se transformar em uma área de livre-comércio para a região e do qual já fazem parte nove países, entre eles Peru, Chile e Austrália.
A China, por enquanto, está excluída deste acordo, pois lhe obrigaria a abrir seus mercados e permitir a concorrência com suas empresas públicas em terrenos onde Pequim não tem nenhuma intenção de consenti-la.
Nesse fórum, Obama endureceu sua retórica contra as práticas comerciais de Pequim e reivindicou que o país ‘assuma suas responsabilidades’ em áreas como a cotação de sua divisa, a proteção da propriedade intelectual e a livre concorrência nas licitações públicas.
Na Austrália, o presidente americano voltou a colocar o dedo na ferida de Pequim, com o anúncio do desdobramento de uma força militar de seu país na base de Darwin, no norte da ilha continente.
A China reagiu ao anúncio com críticas, ao considerar que não é ‘apropriado’ nem ‘adequado ao interesse dos países da região’. EFE