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Em ato contra a censura, ONG libera sites inacessíveis em 11 países

A organização Repórteres Sem Fronteiras criou 'sites espelhos' de meios de comunicação digitais que são censurados em Cuba, China, Rússia e outros países

Por Da Redação
12 mar 2015, 08h29

Meios de comunicação digitais, bloqueados pelas autoridades em onze países, entre eles Cuba, China e Rússia, estão acessíveis a partir desta quinta-feira graças a uma ação da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) para comemorar o dia internacional contra a censura cibernética. Utilizando um sistema que replica os endereços de internet, a organização conseguiu que essas páginas, censuradas pelos governos desses países, considerados todos eles “inimigos da internet”, sejam acessíveis aos internautas.

A campanha ‘Liberdade colateral’ pôs à disposição dos usuários de Cuba, China, Rússia, Irã, Vietnã, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, dez sites que até o momento estavam vetados pelas autoridades. Os cubanos poderão consultar a página da agência independente Hablemos Press, fundada em 2009 e que graças seus 30 correspondentes em quinze províncias do país pôde denunciar as violações dos direitos humanos cometidas pelo regime. O acesso ao site estava suspenso em Cuba desde 2011. O site está baseado no exterior e seus jornalistas exercem seu trabalho ‘em um contexto difícil’, com permanentes confiscos de material e telefones grampeados, acrescentou a RSF.

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Durante algum tempo (até o governo conseguir bloquear novamente), a edição digital do jornal espanhol El País também estará aberta na China, onde foi bloqueada pós a publicação em janeiro de 2014 de um relatório que revelava as contas em paraísos fiscais de funcionários próximos ao presidente, Xi Jinping. A RSF escolheu de forma simbólica o jornal espanhol, já que a informação foi publicada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, no qual também estavam Le Monde, The Guardian e Süddeutsche Zeitung, que também tiveram seus sites bloqueados.

A organização defensora da liberdade de imprensa também desbloqueou na China as páginas do Mingjing News, crítico ao governo, e do The Tibet Post, defensor da independência do Tibete, país invadido e dominado pelos chineses desde 1950. O site Grani.ru, primeira vítima, no ano passado, da nova lei de meios da Rússia, após sua cobertura da crise ucraniana, também foi desbloqueado. O mesmo aconteceu com o portal da agência russa Ferghana, que reaparecerá nas telas dos cazaques, uzbeques e turcomanos, cujos governos o mantêm censurado pela independência de suas informações.

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A campanha também chegou ao mundo árabe, outra das regiões onde os governos se mostram mais restritivos com a liberdade de expressão na internet. Os iranianos, por exemplo, poderão acessar pela primeira vez desde o ano 2000 o site Gooya News, um meio marcado pelo pluralismo, já que divulga notícias da oposição e do regime, mas que é proibido no interior do país pelas autoridades. Esse é o mesmo caso do Gulf Center for Human Rights, página de uma organização de defesa da liberdade de expressão na região, bloqueada nos Emirados Árabes Unidos. Criado em plena revolta em Bahrein em 2011, o Bahrein Mirror foi vetado no país um mês após sua criação e agora está reaberto.

A RSF destacou que para reabrir estes meios criou ‘sites espelhos’ abrigados em grandes servidores, como Amazon, Google e Microsoft. A organização escolheu hospedar os ‘sites espelhos’ nos servidores dessas organizações justamente pelo fato de eles serem muito grandes e influentes. Assim, o bloqueio desses servidores por parte das autoridades provocaria graves prejuízos econômicos às empresas e aos próprios governos, que não poderiam acessar os serviços destes gigantes. “O custo do bloqueio destes ‘sites espelhos’ seria econômica e politicamente muito elevado para estes países inimigos de internet”, informou a organização, que pretende manter as réplicas em funcionamento “durante vários meses”.

(Da redação)

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