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Elizabeth II celebra na Irlanda do Norte a paz entre católicos e protestantes

Por Da Redação
26 jun 2012, 16h58

Dublin, 26 jun (EFE).- A rainha Elizabeth II do Reino Unido iniciou nesta terça-feira uma viagem de dois dias à Irlanda do Norte para celebrar os 60 anos de seu reinado e constatar os avanços obtidos no processo de reconciliação na província britânica desde sua última visita ao território, há uma década.

A monarca busca comprovar in loco as mudanças que, desde 2002, contribuem para o bem-sucedido processo de paz. Ela se reunirá nesta quarta-feira em Belfast com o vice-ministro principal da Irlanda do Norte, o dirigente republicano Martin McGuinness.

Será um tête-à-tête, com aperto de mãos incluído, entre a soberana, responsável das Forças Armadas do Reino Unido como chefe de Estado, e o que foi comandante do agora inativo Exército Republicano Irlandês (IRA) durante grande parte do conflito na província.

Com esse gesto histórico, ambos reconhecerão o sofrimento infligido através das armas, mas encenarão também um ato de reconciliação ‘sem precedentes’ no mundo, destacou McGuinness, número dois do Sinn Féin, antigo braço político do IRA.

Este é o novo clima de entendimento que se buscou mostrar nesta terça-feira a Elizabeth II em sua chegada à cidade de Enniskillen, sudoeste do Ulster, onde, no entanto, ainda estão frescas na memória as atrocidades do passado.

O avião que transportava a soberana tinha previsto pousar de manhã no aeroporto desse pequeno povoado norte-irlandês, mas o mau tempo obrigou a aeronave a se desviar da rota ao aeroporto militar de Aldergrove, nos arredores de Belfast.

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De lá, um helicóptero levou a rainha até Enniskillen para assistir a uma missa na catedral protestante de Saint Macartin, muito próxima ao palco de um dos atentados mais sangrentos cometidos pelo IRA, que acabou com a vida de 11 pessoas em 1987.

De vestido e chapéu azul celeste, Elizabeth II chegou acompanhada do marido, o duque de Edimburgo, e foi recebida no aeroporto de Saint Angelo pelo ministro britânico para a Irlanda do Norte, Owen Paterson.

Na catedral, já aguardavam para a cerimônia do Jubileu de Diamante da rainha os máximos representantes das igrejas católica e protestante do país, assim como uma delegação da classe política, liderada pelo ministro principal, o unionista Peter Robinson.

Soaram hinos religiosos e, inclusive, uma das baladas irlandesas mais conhecidas, ‘Danny Boy’, como forma de agrado à comunidade católica da província. A soberana, por sua vez, usava um broche de diamantes com a forma de um trevo, um dos símbolos mais representativos da ilha da Irlanda.

Durante a cerimônia, o líder protestante, reverendo Alan Harper, destacou o sentido do ‘dever, devoção e serviço’ prestado por Elizabeth II durante seu reinado. Ele celebrou sua contribuição ao processo de paz após sua histórica visita à República da Irlanda, no ano passado, a primeira de uma monarca britânica em quase 100 anos.

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Suas palavras e ações de reconciliação naquela ocasião permitiram a parcimônia desde a assinatura em 1998 do acordo de paz da Sexta-Feira Santa, disse o religioso em clara alusão ao Sinn Féin, que se opôs à visita da rainha à República.

Também o primaz da Igreja Católica da Irlanda, o cardeal Séan Brady, pediu em seu discurso uma oração para todos aqueles ‘que trabalham atrás do bem comum e os que trabalham para construir vida nas comunidades’.

A rainha se reuniu depois com vários grupos representantes desta cidade do condado de Fermanagh – repleta de bandeiras com as cores do Reino Unido – na igreja de Saint Michael. Acredita-se que seja a primeira vez que Elizabeth II pisa em um templo católico na Irlanda do Norte.

Em seguida, Elizabeth II teve um emocionante encontro com as famílias das vítimas do atentado cometido pelo IRA em 1987 deixou 11 mortos e 60 feridos, uma das maiores atrocidades do conflito norte-irlandês.

Ela mesma sofreu os impactos da violência do IRA quando o grupo paramilitar, com Martin McGuinness já entre seus líderes, assassinou seu primo lorde Mountbatten, o tio favorito do príncipe Charles, em um atentado cometido em 1979.

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Ainda não se sabe se a rainha e o dirigente republicano falarão desses assuntos durante seu histórico encontro nesta quarta-feira em Belfast, mas a expectativa é que um aperto de mãos seja suficiente para levar o processo de reconciliação a uma ‘nova fase’, na opinião de McGuinness. EFE

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