Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Eleitores boicotam e protestam contra eleição na Argélia

Mesmo com a queda de Abdelaziz Bouteflika em abril, manifestantes exigem renovação na política e chamam o pleito de "farsa eleitoral"

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h33 - Publicado em 12 dez 2019, 17h55

A insatisfação dos argelinos, que culminou nos protestos há 10 meses e forçou a renúncia do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika, continua firme nesta quinta-feira, 12, dia de eleições presidenciais. O manifestantes tomaram as ruas demandando que os atuais candidatos à Presidência do país desistam de suas campanhas porque, para a população, eles representam o sistema do regime antigo e em nada representariam uma renovação na política da Argélia.

Os 61.000 centros de votação foram abertos às 8h. Próximo das 15h, porém, a taxa de participação era de apenas 20,43% da população, segundo o governo. Na capital, Argel, milhares de pessoas saíram protestaram contra as eleições. A polícia usou gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes, que conseguiram temporariamente barrar o funcionamento dos colégios eleitorais.

Nas cidades de Tizi-Ouzou e Bouira, a votação foi totalmente suspensa. Em Tizi-Ouzou, a polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que tentavam invadir a sede do governo regional. Já em Boira, a 80 quilômetros de Argel, o escritório eleitoral da cidade foi saqueado e todos os centros de votação tiveram que serem fechados.

Os manifestantes chamam as eleições de uma “farsa eleitoral” e pressionam pela desistência de todos os candidatos —chamados pela população de “filhos do sistema” — que apoiaram ou já participaram do governo de Bouteflika.

Continua após a publicidade

Dos cinco concorrentes, Abdelmadjid Tebboune e Ali Benflis já foram primeiros-ministros de Bouteflika, enquanto Abdelkader Bengrina serviu como ministro do Turismo de 1997 até 1999. Os outros dois candidatos são Abdelaziz Belaid, que possui ligações partidárias com o partido do ex-presidente, e Azzedine Mihoubi, atual ministro da Cultura do governo interino e ex-presidente da rádio estatal.  

O clima de tensão pré-eleitoral já era alto no país. Enquanto o governo interino antecipava que seria alta a adesão ao pleito, movimentos de rua começaram a levantar as bandeiras para o boicote. As urnas fora do país deram uma ideia de como seria a participação no país, já que durante o dia ficaram esvaziadas, e os poucos que apareceram para votar foram vaiados.

Os protestos tiveram início quando Bouteflika, de 82 anos, anunciou que poderia concorrer a um quinto mandato consecutivo. Mas desistiu logo em seguida, após a pressão das ruas e um ultimato do alto comando do Exército.

Desde a independência da Argélia, em 1962, o país é governado pelos militares e agora está em processo de transição para eleições livres e democráticas. Abdelaziz Bouteflika fez raras aparições em público desde que sofreu um derrame cerebral em 2013. Ele foi um dos raros líderes do norte da África a passar incólume pela Primavera Árabe, os movimentos populares iniciados em dezembro de 2010 que resultaram na queda de vários governos ditatoriais.

Continua após a publicidade

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.