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Eleitorado judaico pesa na decisão de Obama sobre palestinos na ONU

Por Por Stephen Collinson
26 set 2011, 15h11

Com sua oposição à adesão de um Estado palestino à ONU, Barack Obama foi acusado de ter sacrificado seus esforços para a paz no Oriente Médio tendo em vista reconquistar o voto dos eleitores judeus, um ano antes das eleições presidenciais nos EUA.

As pesquisas e a história eleitoral convidam, no entanto, a relativizar essas acusações. De um lado, o eleitorado judaico parece pouco propenso a deixar de votar nos democratas, os quais tradicionalmente apoia. Por outro, as relações de um presidente americano com Israel não parecem ser um elemento decisivo para determinar o voto dos eleitores.

A equipe de campanha de Obama teme que o presidente destrua uma parte de seu capital político, já fragilizado, na reativação de um processo de paz.

O voto do eleitorado judaico não representa mais que 2% do total, mas pode ser decisivo em estados como Flórida ou Pensilvânia, determinantes para o resultado final das eleições presidenciais.

As relações de Obama com os eleitores judeus foram estudadas várias vezes por observadores políticos, tendo em conta os pontos de vista sustentados pelo titular da Casa Branca e pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, principalmente sobre a colonização.

Em setembro de 2010, Obama pronunciou um discurso da tribuna da ONU onde expressou seu desejo de adesão de um Estado palestino à organização em um prazo de um ano. Em maio, o pedido de Obama de retomar as negociações para a criação de um Estado palestino sobre as fronteiras anteriores à guerra de 1967 causou muito descontentamento em Israel.

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Esses posicionamentos públicos parecem ter tido um custo político para o presidente americano.

Eleito com 78% dos votos do eleitorado judaico em 2008, Barack Obama não reúne agora mais que 54% de opiniões favoráveis nesse setor da população.

A recente derrota eleitoral em um distrito de Nova York de voto tradicionalmente democrata, onde choveram críticas pela atitude “depreciativa” de Obama frente a Israel, subiu o moral dos republicanos, que começaram a acreditar em suas possibilidades entre o eleitorado judaico.

Em uma coluna publicada no Wall Street Journal, o editorialista conservador Dan Senor considerava que Obama “perdia eleitorado judaico” devido à sua diplomacia, “a mais desfavorável para Israel em gerações”.

Para os líderes democratas, no entanto, essa eleição parcial em um distrito de Nova York – na qual os eleitores judeus ortodoxos desempenharam papel preponderante – não tem o valor de um teste para o nível nacional, apesar de seus adversários republicanos estarem fazendo todo o possível para obter benefícios com o descontentamento dos eleitores judeus em relação a Obama.

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Nesse contexto, vários especialistas viram no recente discurso de Obama na ONU, no qual fez destacada referência à “ligação indiscutível” entre Israel e Estados Unidos, uma motivação mais relacionada com a política interna americana do que com outros aspectos, acusação da qual a Casa Branca se defende.

“A ideia de que o apoio ou os votos dos judeus estão se distanciando de Barack Obama é simplista”, relativiza Jeremy Ben-Ami, presidente da J-Street, um grupo de apoio a Israel orientado para a esquerda.

“Infelizmente, acredito que a forma na qual a administração Obama gere essa questão (das relações com Israel) está contaminada com o fato de que eles pensam que têm um problema” (com o eleitorado judaico), continuou Ben-Ami.

No entanto, 54% das opiniões favoráveis a Obama entre o eleitorado judaico é 10 pontos superior às reunidas pelo total dos eleitores do país.

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