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Eleições de domingo são um teste para a estabilidade da Guiné Bissau

Por Por Allen Yero Embalo
15 mar 2012, 14h20

Cerca de 570 mil eleitores de Guiné-Bissau estão convocados às urnas no domingo para escolher o sucessor do presidente Malam Bacai Sanhá, que morreu em janeiro, em uma eleição-chave para um país marcado pela violência e a instabilidade, apesar de recentes progressos.

A campanha que se encerra na sexta-feira transcorreu até agora sem maiores incidentes e com uma surpreendente mobilização de recursos para um país pobre.

A Guiné-Bissau, onde nenhum presidente eleito depois de 2000 concluiu seu mandato, busca aproveitar melhor suas águas com riquíssimo caudal pesqueiro e seu subsolo com abundantes recursos minerais e petrolíferos ainda não explorados.

Contudo, o país sofre com a atividade de traficantes de drogas, que utilizam o território como uma zona de trânsito entre América do Sul e Europa.

Nove candidatos estão na disputa para dirigir esta ex-colônia portuguesa do oeste de África de mais de 1,6 milhão de habitantes que se tornou independente em 1974, depois de uma difícil luta armada e que conheceu posteriormente vários golpes de Estado e diversos tipos de violência.

Os favoritos são o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Junior, de 62 anos e candidato do Partido Africano pela Independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC, no poder) e o ex-presidente Kumba Yala, de 59 anos e integrante do Partido da Renovação Social (PRS, oposição).

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Diversos partidos da oposição questionam a candidatura de Gomes, que ocupou o cargo de primeiro-ministro até fevereiro, por supostamente ter iniciado sua campanha antes de renunciar a seu cargo, ferindo claramente a Constituição.

Gomes também é acusado de ter usado meios estatais para garantir uma vitória em primeiro turno. O opositor Braima Alfa Djalo se retirou da campanha denunciando que havia uma fraude em marcha.

A opção por Gomes não foi unânime dentro de seu próprio partido. Dois de seus colegas do PAIGC se apresentaram como independentes: Manuel Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e Baciro Dja, ministro da Defesa.

Jumba Yala foi eleito presidente em janeiro de 2000 com um mandato de cinco anos, mas seu governo foi marcado pela instabilidade até que finalmente foi derrubado por um golpe de Estado em 2003. Fracassou em suas tentativas de voltar ao poder em 2005 e 2009.

Henrique Rosa, de 66 anos, foi presidente de transição de 2003 a 2005, se apresenta como independente, e a opinião geral é que poderia ter uma boa eleição domingo. Seu governo permitiu ao país restabelecer diálogo com associados internacionais.

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Todos os candidatos se comprometem a obter mais conquistas que Malam Bacai Sanhá, eleito presidente em julho de 2009, mas que morreu no meio de seu mandato, dia 9 de janeiro do ano passado em Paris. Em dois anos e meio, permitiu ao Estado progredir economicamente.

“Guiné-Bissau começou um novo ciclo econômico marcado por uma anulação de sua dívida externa e pela adoção de uma estratégia de desenvolvimento econômico”, constatou em dezembro passado o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Sanhá também foi saudado como o artífice de uma relativa estabilidade política que permitiu superar os sobressaltos maiores: uma guerra entre chefes militares em abril de 2010 e um ataque de militares contra outros, apresentado como uma tentativa de golpe de Estado em dezembro 2011.

Políticos locais e interlocutores do país, incluindo a ONU, multiplicam agora os pedidos de calma e a continuidade pacífica da campanha eleitoral. No fim deste ano o país terá também eleições legislativas.

As eleições presidenciais de domingo serão supervisionadas por cerca de 80 observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), dirigidos pelo ex-presidente de transição nigeriano Salou Djibo.

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