Eleição de argentino expressa importância da América Latina para a Igreja, diz especialista
Para coordenador do curso de teologia da PUC-SP, pontífice pode ainda dar impulso extra à religião na região
Por James Della Valle
13 mar 2013, 19h55
A escolha do argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, até então arcebispo de Buenos Aires, para ocupar o Trono de Pedro pode dar impulso à Igreja na América Latina – região que concentra mais de 480 milhões de católicos, 40% dos fiéis no mundo. Ao mesmo tempo, é um reconhecimento da importância da região para o catolicismo. A opinião é do coordenador do curso de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Boris Agustin Nef Ulloa. “O fato de o papa vir de um país específico não implica crescimento automático do número de fiéis naquela região. Mas, na América Latina, isso de fato pode ocorrer”, diz o professor.
Ulloa lembra que a eleição do papa emérito Bento XVI, em 2005, um alemão, não ajudou a Europa a evitar o declínio do cristianismo. Agora, porém, a situação pode ser diferente. A ascensão de Francisco – nome pelo qual passa a ser chamado Bergoglio – pode trabalhar em conjunto com a cultura local e fortalecer a religião. “Culturalmente, somos um povo diferente do europeu: somos mais receptivos a apelos como esse”, diz. “A escolha de um sulamericano como autoridade máxima da Igreja pode ser visto com um fator distintivo para a população da região.”
Para o teólogo, a escolha de Bergoglio expressa ainda uma mensagem do Vaticano: o reconhecimento de que a força do cristianismo não se concentra mais na Europa. A observação se apoia ainda em dados do Vaticano que apontam que África, Ásia e América do Sul são as regiões que conquistaram adeptos da religião no passado recente.
Ulloa enxerga ainda a eleição de Francisco como uma renovação do cristianismo, expressa pelo comportamento do novo pontífice. “Bergolio é muito inteligente e simples. Ele pediu a benção para o povo, algo inédito na história da Igreja”, diz. “Vejo o novo papa com um ar de renovação. Mas não falo de mudanças bruscas. Acho que ele vai imprimir um novo estilo, mais humilde, que hoje é seguido pelos padres mais jovens.”
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