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Eleição abre rumos para o Equador

Pela primeira vez em uma década, o presidente Rafael Correa não será candidato

Por Nathalia Watkins Atualizado em 18 fev 2017, 08h34 - Publicado em 18 fev 2017, 08h29

A eleição no Equador é mais um teste para os governos de esquerda da América Latina, que começaram a ser substituídos em 2015. Os eleitores equatorianos vão às urnas no domingo, 19, para escolher o novo presidente de um país que se habituou ao estilo agressivo do líder bolivariano Rafael Correa, de 53 anos. Apesar de ter anunciado que está cansado e que quer dedicar-se à família, que vive na Europa, Correa busca perpetuar seu legado por meio do ex-vice-presidente Lenin Moreno, que lidera a corrida.

Assim como o venezuelano Hugo Chávez ungiu a Nicolás Maduro, Correa escolheu um candidato que garante que os planos de governo e lealdade ao projeto bolivariano permanecem intactos – assim como a possibilidade de que Correa se postule novamente para as eleições seguintes. Correa deixa a presidência com uma popularidade alta, 42%.“Ele tem grandes chances de voltar em 2021. Não há qualquer impedimento legal para isso”, diz o cientista político Fernando Casado, professor do Instituto de Altos Estudos Nacionais (IAEN), em Quito.

Moreno, um administrador de 63 anos, e autor de livros de humor é adepto de tons moderados e da conversa. Em 2012, foi nomeado para o Nobel da Paz pelas políticas para deficientes físicos (ele tornou-se cadeirante após um assalto em 1998). Espera-se que Moreno consiga a maioria dos votos (entre 28% e 32%), mas não o suficiente para ser eleito no domingo. Para ganhar o pleito no primeiro turno, um candidato precisa receber pelo menos 50% dos votos ou 40% do apoio com uma margem de 10 pontos do rival.

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Moreno deve enfrentar, no segundo-turno, um dos dois candidatos com visões pró-mercado: o ex-banqueiro Guilhermo Lasso, que perdeu as eleições de 2013 para Correa, ou a advogada Cynthia Viteri.

O legado de Correa

Entre 2007 e 2017, Correa seguiu a cartilha dos vizinhos bolivarianos à risca: perseguiu opositores, avançou sobre a liberdade da imprensa e minou a independência de poderes. Graças ao elevado preço do petróleo, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu em uma média de 4% ao ano até o final de 2014, enquanto o desemprego ficou abaixo de 5%. Mas quando o preço internacional da commodity caiu, em 2015, o PIB do Equador caiu para 0,3 %. No ano passado, amargou um crescimento negativo de 1,7% e a previsão é de que a economia encolha 4,3% em 2017.

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Com os cerca de 300 bilhões de dólares provenientes do petróleo, Rafael Correa dobrou o investimento social entre 2006 e 2012. O salário mínimo aumentou acentuadamente e, segundo o centro de pesquisas inglês ODI, o Equador apresentou o crescimento econômico mais inclusivo do mundo entre 2006 e 2011. A taxa de pobreza diminuiu de 40% em 2006 para menos de 23% no ano passado.

Por outro lado, Correa deixou como herança para seu sucessor uma economia vulnerável que exigirá cortes. Durante o correísmo, os gastos públicos dobraram e atingiram um pico de 44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. A dívida pública triplicou desde 2008 e o país paga elevadas taxas para seus credores chineses.

 

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