Egito: novo governo tem 21 membros do antigo gabinete
Ministério da Informação é extinto e país cria pasta do Investimento
Os integrantes do governo do novo presidente egípcio, Abdel Fatah Sisi, prestaram juramento nesta terça-feira no Cairo. Para muitos deles, a cerimônia representou uma transição do governo provisório para o novo gabinete, formado após a eleição do marechal, há três semanas. Sisi manteve 21 dos 34 ministros do governo interino que ajudou a pavimentar a eleição do ex-comandante militar.
Entre os que permanecem estão o primeiro-ministro Ibrahim Mahlab, que ocupou o cargo nos últimos cinco meses e também integrou o regime Hosni Mubarak, e o ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, que coordenou a repressão aos membros da Irmandade Muçulmana, que se recusaram a aceitar a destituição de Mohamed Mursi em um golpe em julho do ano passado.
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Uma das novidades é a troca de Nabil Fahmi por Sameh Shukri no Ministério de Relações Exteriores. Shukri foi embaixador em Washington, assim como Fahmi, que teria sido preterido depois de criticar algumas decisões do governo, como a aprovação de uma lei restringindo o direito de protestar.
Outra novidade é a criação dos ministérios de Desenvolvimento Urbano e do Investimento e a extinção das pastas da Informação e do Desenvolvimento Administrativo. O banqueiro Ashraf Salman foi escolhido para comandar o Ministério de Investimentos. Educado nos Estados Unidos, ele é co-fundador de uma companhia de gestão de ativos, finanças corporativas e banco de investimentos no Cairo e já ocupou um cargo de liderança no Arab African International Bank-Egypt.
Depois de liderar o golpe contra Mursi e governar de fato o país até as eleições, Sisi chegou para a disputa como favorito e somou quase 97% dos votos. O novo presidente prometeu colocar a segurança e a recuperação econômica como prioridades de sua agenda. Com a eleição de Sisi, o Egito volta a ter um presidente ligado aos militares, que dominaram a vida política do país nos 59 anos anteriores à eleição de Mursi, em 2012.