Egito: ministro renuncia em meio a novos protestos
Mais de 30 pessoas morreram desde sábado nos confrontos na Praça Tahrir
O ministro da Cultura do Egito, Emad Abu Ghazi, anunciou nesta segunda-feira sua “renúncia definitiva por conta dos fatos dos últimos dias na praça Tahrir do Cairo”, onde mais de 30 pessoas morreram desde sábado em violentos confrontos entre manifestantes e forças de segurança da Junta Militar. O intelectual e professor universitário de História é o primeiro membro do novo governo que renuncia.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
- • Durante as manifestações, mais de 850 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso de poder e de premeditar essas mortes.
- • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo.
- • No lugar dele, assumiu a Junta Militar que segue governando o Egito até as eleições.
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“Participei da reunião de urgência do Conselho de Ministros ontem à tarde (domingo) e no final apresentei minha renúncia verbalmente ao primeiro-ministro Essam Sharaf”, explicou Abu Ghazi, que até hoje não havia confirmado a informação.
“Entreguei minha renúncia por escrito e lhe agradeci por seu trabalho, porque o respeito muito”, completou, sem dar mais detalhes sobre a maneira como o governo administra a crise.
A renúncia começou a ser aventada durante o domingo, mas Abu Ghazi não se havia se pronunciado ainda sobre a decisão, adotada depois das mortes na praça Tahrir. As informações sobre o número de mortes ainda são conflituosas. Algumas agências de notícias falam em 22 mortes, enquantro outras citam 33.
Em seu perfil no Facebook, o historiador recebeu durante dois dias felicitações de centenas de pessoas, que elogiaram sua coragem pela decisão.
(Com agência EFE)