Egito julgará 19 americanos por financiar ONGs opositoras
Autoridades invadiram sedes de organizações e confiscaram documentos
O Egito julgará 43 pessoas, incluindo 19 americanos, por financiamento ilegal de organizações não governamentais (ONGs) de oposição, informou neste domingo um porta-voz da Procuradoria egípcia, Adel Saeed. Entre os acusados, há ainda cinco sérvios, dois alemães e dois árabes, sendo que os outros são egípcios.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso de poder e de premeditar essas mortes.
- • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo; em seu lugar assumiu a Junta Militar.
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As autoridades do Egito fizeram 17 batidas policiais em 10 ONGs em dezembro, sem explicar os motivos das incursões. Uma outra porta-voz da Procuradoria disse à rede CNN que as batidas policiais faziam parte de uma investigação sobre financiamento ilegal dos grupos de ativistas, que estariam trabalhando sem licença. Dentre as ONGs, três delas possuem sede nos Estados Unidos. Foram confiscados celulares, documentos e computadores dos ativistas.
Entre as ONGs investigadas, estão o Instituto Republicano Internacional, o Instituto Democrata Nacional e a Casa da Liberdade, bem como uma organização jornalística. Segundo autoridades americanas, a investigação de grupos em defesa da democracia poderá significar o fim da ajuda dos EUA ao país.
Na semana passada, 41 membros do Congressos escreveram uma carta aos secretários de defesa, Leon Panetta, e de estado, Hillary Clinton, pedindo a suspensão da ajuda americana ao Egito até que o governo deste país reabra as sedes dessas ONGs. Os EUA mandam mais de 1,3 bilhão de dólares em ajuda militar por ano ao Egito.