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Egito inicia última etapa de eleições com islâmicos na frente

Por Mohammed Abed
3 jan 2012, 17h07

Os egípcios voltaram às urnas nesta terça-feira em um terço do país para a última etapa da eleição dos deputados, em um pleito no qual a vantagem obtida pelos islamitas lhes permite ficar no centro do jogo político na era pós-Mubarak.

Cerca de 15 milhões dos 50 milhões de eleitores inscritos foram convocados a participar dos dois dias da terceira fase desta eleição, a primeira desde a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro passado.

Os colégios eleitorais, que fecharam às 19h00 locais (15h00 de Brasília), reabrirão na quarta-feira para que seja realizado o segundo e último dia das eleições.

Os resultados das duas primeiras etapas das eleições, iniciadas em 28 de novembro nas duas principais cidades do país, Cairo e Alexandria, deram uma ampla vitória às organizações islamitas – Irmandade Muçulmana e fundamentalistas salafistas -, que receberam quase 65% dos votos, segundo dados provisórios.

Agora dificilmente esse resultado será modificado, com a realização das eleições nesta terça e quarta-feira em nove regiões do Sinai, o delta e o vale do Nilo, e nos oásis do sudoeste.

Em Sharm el Sheikh, o grande balneário do sul do Sinai, o partido da Irmandade Muçulmana, o da Liberdade e da Justiça, garantiu nesta terça-feira os votos de muitos eleitores, que tentavam dissipar os temores de ver o turismo ser afetado por uma vitória islamita.

“Se Deus quiser, o PLJ vencerá. São gente boa. O turismo é sua prioridade”, declarava a eleitora Um Mohammed, funcionária pública cujo marido trabalha no setor turístico.

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“A maioria das pessoas do PLJ daqui trabalha no turismo, são os primeiros a se preocupar com seu futuro”, disse uma de suas amigas, Um Esraa, que também foi votar.

A outrora efervecente indústria turística egípcia está sofrendo uma grave crise devido ao clima político instável que reina desde a revolta contra o regime de Mubarak no início do ano.

Sharm el Sheikh, célebre por suas numerosas conferências internacionais, foi durante longo tempo a residência secundária de Hosni Mubarak, atualmente submetido a julgamento e em prisão preventiva em um hospital militar do Cairo.

Os partidos liberais e os movimentos que foram resultado da revolta do início de 2011, mal implantados, saíram derrotados das duas primeiras etapas das eleições.

O crescimento dos islamitas egípcios reflete o progresso desse movimento nas eleições em outros lugares do mundo árabe, em plena transformação há um ano.

Até agora não houve nenhum incidente importante durante o desenvolvimento da votação.

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No entanto, esta eleição desenvolve-se em um contexto político tenso, marcado em novembro e dezembro pela sangrenta repressão de manifestações, principalmente no Cairo, contra o conselho militar que governa o país.

Esta última fase de eleição dos deputados terá um segundo turno na semana que vem.

O ciclo eleitoral prosseguirá do dia 29 janeiro até 22 de fevereiro com a eleição da Shura, a segunda câmara do Parlamento egípcio.

Uma vez completo, o Parlamento deverá proceder com a designação de uma comissão encarregada de redigir uma nova Constituição, etapa-chave do período de transição pós-Mubarak.

Antes do fim de junho, o Egito deve realizar uma nova eleição presidencial, no fim da qual os militares prometeram entregar o governo a um poder civil.

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